MOP - Confusão na Floresta - Khallos

Meu dia estava agradável na caverna, estava literalmente virando um homem das cavernas, e adorava isso. Sentia-me livre ali, com minha bermuda folgada na cor vermelha, sentindo o calor da caverna me aquecer. Mas logo isso foi interrompido por alguns barulhos, peguei meu martelo colocando-o no ombro esquerdo, ao sair da caverna me deparei com algo típico de sempre: Albafica sendo disputado por um grupo de ninfas, aquilo sim era uma rebelião, ele parecia uma flor e elas as abelhas. – Eita, Alba. Dou sim uma mãozinha. – Aproximando-me mais perto do local, colocando o martelo no chão, puxando-o entre o meio de ninfas, reparando na variedade de ninfas ali, parecia uma festa de arco-íris. Algumas ninfas seguravam plantas nas mãos ao respirar, senti o leve cheiro doce da ninfa verde, parecia gostoso o que estava ali, mas em seguida senti o cheiro salgado, será que era comida? –O que está havendo? – Ao falar isso reparei em todas segurando algo, cada uma com uma planta diferente. –Albafica não quer dizer qual é a melhor. E não aceitamos isso, ele tem que escolher uma. – Falou uma ninfa azul dos olhos verdes, estava ficando vermelha de raiva. –É claro que ele deve escolher a minha planta, é a mais gostosa de todas. – Então o real motivo da confusão era a escolha de plantas comestíveis para o Albafica. Olhei para o meu amigo, ele era bonito, possuí um cheiro de floresta, com um toque de mel, ele era bonito, mas não de um jeito tão vulgar. Espera, no que eu estava pensando? Não podia me sentir atraído por aquele jovem deus, era meu melhor amigo, mas ainda sim acho que poderia dar uns pegas nele, mesmo não sendo do meu feitio. Mas acabei de descobrir um novo defeito nele, Albafica não possuía privacidade, estava sempre rodeado pelas pessoas, mordi o lábio inferior, eu não sabia como ele fazia aquilo, ele era famoso, sempre rodeado de pessoas, e eu era sozinho, algumas vezes ele me fazia companhia. Balancei a cabeça, o que estava rolando comigo? Pensei mentalmente, estava me sentindo inferior a ele naquele momento, suspirei, me aproximando do jovem, passando a mão ao redor de sua cintura e colocando minha cabeça em seu ombro, aquilo que eu fiz só fez piorar a situação, eu não esperava o que aconteceu, uma das ninfas perto de mim, acabou puxando-me e me dando um tapa forte deixando a marca em meu rosto, olhei para ela e suas vestes, era uma ninfa terrena, havia mais duas ao seu redor com os olhos irados, uma ninfa aquática vestida de azul e outra ninfa vestida de verde, acho que era uma ninfa natural. Passei a mão no rosto, sentindo a palma da mão ali, Alba ficou chocado e se aproximou de mim, olhando nos meus rosto, passando a mão no meu rosto. –Vai ficar tudo bem. – Falou ele, dando-me um beijo na boca, fiquei mais chocado ainda, era uma sensação agradável, fazia meu corpo formigar, Albafica havia me roubado um beijo,  apertei mais ainda a mão, suspirando. Olhei para as ninfas, aquilo estava me dando dor de cabeça, Alba ficou de lado enquanto eu pensava no que fazer, sentia meu rosto ruborizar, estava envergonhado com aquilo. Não conseguia olhar nos olhos do outro novo deus, a ninfa que me deu um tapa pareceu se arrepender do tapa e me olhou com os olhos em pânico. Minha cabeça estava doendo, no que eu fui me meter? –Eu poderia incinera-la se eu quisesse. Na próxima vez que tentar me dar um tapa, eu quebrarei todo o seu corpo. – Falei aquilo sem pensar, arrependo-me um pouco, mas como já havia falado não iria voltar para trás. Fiquei nervoso por ter feito isso, passando a mão no martelo enquanto pensando, logo as ninfas começaram a gritar correndo para trás de Albafica, ao levantar um olhar, encontrei um grande homem com cabeça de touro, um centauro no Acampamento, como ele entrou? Não tive tempo, ele atacou. Foi muito rápido, peguei meu martelo e bati com força em seu peito lançando-o longe, as plantas ao redor dele começaram a se fechar, olhei para o lado e Albafica também estava entrando na luta. –Ele acha que pode derrotar nos dois? – Ele falou com aquele olhar risonho dele, voltei minha atenção para ele, aproximando-me enquanto o mesmo tentava sair dos cipós que o estavam prendendo-o, virei o martelo para o lado da picareta. –Não é melhor saber quem o deixou entrar? – Perguntei para Alba. –Ele não vai falar. São burros demais, só pensam em lutar. – Alba falou aproximando-se de mim, levantei o martelo e lancei a parte da picareta em sua cabeça, fazendo-o se desintegrar. As ninfas comemoraram. Mas logo tudo foi cortado por um grito agudo.

Corri o mais rápido que pude com o martelo ao redor. –Fica ai e cuide delas, Alba. – Falei para ele que já parecia querer correr atrás de mim, ao chegar ao local, havia uma ninfa terrena caída desmaiada e uma onça pintada estava rodeando-a, aquilo estava ficando cada vez mais estranho, ao chegar mais próximo, pisei com força em um galho, chamando a atenção do animal, que me olho com aqueles olhos brilhantes correndo para cima de mim, preparei-me segurando o martelo, lançando-o contra o corpo da onça que voou longe, batendo contra uma árvore, ela ainda não iria desistir, se levantou toda quebrada, senti pena dela, mas ela mataria a ninfa se eu não fizesse nada. –Desculpa. – Falei quando ela se aproximando tentando me cortar, bati com força na sua cabeça, fazendo-a cair ao chão, cheguei próximo a ela, sentindo que estava morta. Senti pena demais, aproximei-me da ninfa, pegando-a com os braços, enquanto colocava o martelo ao chão. Ela era leve e podia ser carregada com apenas um braço, com o outro livre peguei o martelo e voltei para o grupinho de ninfas que se aproximaram pegando a ninfa, cuidando dela. Suspirei balançando a cabeça lentamente para jovem deus. –Eita Albafica, sua vida é uma aventura. – Dei um leve sorriso para ele, sentindo que as Ninfas voltaram a ativa. “Escolha a minha Alba”; “Prove o meu Albinha”; “O meu coração”; “O meu senhor da floresta”, aquelas ninfas não sabiam o quanto sua vida era boa, faziam o que queriam, devia ser bom ser uma ninfa. –Credo, hoje estou muito negativo. – Já estava me sentindo inferior as ninfas, balancei a cabeça. Voltei minha atenção para o “senhor da floresta”. –Então, Alba. Vai escolher qual delas? – Dando um sorrisinho debochado. O novo deus estava encrencado, começando a provar cada uma das plantas. Eu poderia ajuda-lo, mas logo nossa “convenção estranha” ficou mais estranha ainda, um sátiro de fogo chegou do nada e estava correndo em direção ao Albafica, o novo deus pareceu em pânico, me meti na frente dele, batendo de frente com o Sátiro seu corpo estava quente, ele estava pegando fogo, logo caímos no chão.

O fogo dele não me fazia efeito, eu era o puro fogo, mas minha roupa não era, logo fiquei pelado, não me importei, ouvindo um coro de: “Vai, Khallos. Vai, Vai, Vai.” Acho que ouvi a voz do Alba, seguido por um sorriso safado, deixei isso de lado, sentindo um soco no meu estômago, logo fiquei por cima do Sátiro. –Você não está queimando. – Falou o sátiro em pânico. –Claro que não seu idiota, eu sou o fogo. – Falei dando vários socos em seu rosto, mas ele conseguiu de algum modo ficar por cima de mim, batendo várias vezes na minha face, fiquei com mais raiva ainda, segurei seus braços com força, passei as pernas na sua cintura e o deixei por baixo de mim em um rápido movimento, passando o braço ao redor do seu pescoço, dando uma chave de braço, sentindo o mesmo perder as forças, até desmaiar completamente, não iria mata-lo, mas após ele desmaiar, ele simplesmente desapareceu em um “puff”. Fiquei de pé com vários gritinhos, eu estava pelado, fiquei quase envergonhado, coloquei as mãos na cintura. – Resolva isso logo. – Falei para Alba, pegando duas folhas grandes de uma árvore, colocando-a na cintura. Fazendo uma espécie de “bermuda natural”, Alba deu um sorrisinho, mas ele estava infeliz, não queria escolher qual era o melhor. Olhei para as ninfas. –Saiam daqui, saiam agora. Antes que eu as queime. – Falei para elas que me olharam com cara feia, pegando suas plantas correndo para todo o lado, pelo visto eu realmente estava assustador. Uma ficou lá ainda segurando a planta, era corajosa, mas dei um olhar profundo para ela, e logo ela partiu a correr. –Obrigado, Khal. É por isso que eu te adoro. – Falou ele me dando um abraço por trás. – Amigo é para essas coisas. - Falei mexendo nas mãos. –Vamos entrar? Se não se importar com o calor. Fiz um novo objeto. Queria que você vis... – Mas ele correu para a floresta e sumiu, passei a mão na cabeça, ainda estava com dor de cabeça. Antes de eu entrar senti uma presença nas minhas costas o novo deus havia voltado segurando algo, colocando na minha mão e dando um beijinho no meu rosto enquanto entrava para a caverna. –Por me ajudar. – Falou, enquanto o seguia para dentro da caverna, sentindo o agradável calor que dela emanava.