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MOP - Um Crime Quase Perfeito - Erack

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Mensagem por Eros Dom Ago 07, 2016 11:31 pm

CRIME PERFEITO

A prole de Quione começou a andar em más companhias pelas cidades que ia, ele era um perfeito andarilho bandido. Dessa vez, seu golpe era uma loja de joias localizada em San Francisco, aonde chegaria um diamante rosa avaliado em torno de 50 milhões, um golpe perfeito para o semideus. Claro que ele teria ajuda, e isso acabava por excita-lo bastante. Ele gostava do perigo, para ele seu segundo nome deveria ser Perigo, o bandido perfeito!


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Mensagem por Erack Rurik Qua Ago 17, 2016 9:13 pm


Snow Son

Acordei em meio a finos lençóis de seda, que acariciavam meu corpo com delicadeza. Não estava no quarto de hotel que eu havia alugado, disso eu tinha certeza. Estava nu e mais alguém estava comigo, o braço enroscado em meu corpo, o peito subindo e descendo, ressonando calmamente.

Eu conhecia o ambiente, já acordara ali algumas vezes, o que era um contraste gigantesco com a pocilga onde eu geralmente dormia. Havia muito luxo e requinte por onde quer que eu olhasse, o típico quarto que ricos esnobes faziam questão de ter, mas que usavam pouco — ou nada — de toda aquela decoração, na maioria das vezes nem deviam botar os detalhes.

Olhei bem para o rosto de Elise, uma mulher que lutava com a idade se entupindo com aquele monte de cremes que ela escondia no armário do banheiro, já ouvira dizer para suas amigas que era a genética, mas eu via os recibos que ela guardava em seus livros contábeis com frequência. Uma mulher vaidosa, que gostava de exibir seus brinquedinhos para as amigas, uma viúva que aprendera a continuar os negócios do marido, organizada com seus negócios, dona de uma joalheria famosa no mundo inteiro e adorava se exibir com garotos mais novos.

A conheci em um dos bailes de caridade que os ricos adoravam dar. Era mais uma relação política e uma oportunidade de exibir-se do que realmente um evento beneficente, mas reunia uma boa quantidade de milionários de todos os lugares, de famílias prestigiadas e, principalmente, colecionadores de arte.

Eu me infiltrara no baile como um dos garçons, servindo os ricaços e tentando me aproximar de meu alvo, mas, com o passar do tempo, meu interesse voltou-se para Elise, que, aparentemente, havia adquirido, recentemente, um diamante avaliado em cinquenta milhões de dólares.

Lhe servi, sorri, vi que ela se interessou, nos encontramos no banheiro masculino, ela me deu o telefone dela e há quatro meses estávamos numa espécie de caso divertido para ela, eu quase podia me considerar seu prostituto particular, já que ela me dava algum dinheiro. Eu permiti que a situação ficasse dessa forma, aparentemente ela preferia estar no comando, eu era bom em fazer jogos como aquele, uma mulher nunca se entediava comigo.

— Já vai? — Ela perguntou, quando eu me mexi na cama e a despertei.

— Tenho um bico agora. — Não era verdade, mas fiz ela pensar que continuava trabalhando, algo como manter meu orgulho. — Alguém aqui tem que trabalhar. — Eu disse sorrindo e dando-lhe um beijo.

— Você sabe que não precisa, pode passar o dia todo comigo. — Ela disse devolvendo o sorriso.

— Eu não quero ficar extorquindo seu dinheiro, não sou prostituto. — Eu devolvi e era meu melhor argumento.

Era a melhor maneira de encerrar nossa discussão, eu sempre fiz esse jogo de “sou apaixonado verdadeiramente por você e não preciso do seu dinheiro”. Pelo que percebi, foi o que manteve nosso relacionamento, se é que possamos dizer assim, durante tanto tempo. Eu já havia retirado todas as informações que precisava dela, agora só restava executar o plano.

Saí de sua casa com meu utilitário comum, misturando-se ao trânsito das ruas de São Francisco. Nevava um pouco na cidade e o frio me fazia sentir bem, mesmo com o assassinato do meu pai ainda muito presente na minha cabeça.

Eu ainda conhecia a sensação de gelo dentro das minhas entranhas toda vez que lembrava dos fluidos carmesim manchando minha roupa, mas a sensação que mais era real eram as trevas que me engoliram.

Desde aquele dia, eu vinha ouvindo sussurros das sombras, não era algo constante, mas suficientemente insistente. Érebo não tentava me controlar ou me dar ordens, ele apenas dizia que eu era dele, o que provavelmente queria dizer que me cobraria o favor mais dia ou menos dia.

— Divertindo-se? — Eu ouvi a voz sair de algum lugar na minha nuca.

Quase atropelei uma criança com o susto e ele riu. Era uma voz grave que transmitia respeito, poder e disciplina, havia um que conspiratório em seu tom, como se estivesse maquinando algo, mas não se soubesse o que.

Eu olhei pelo retrovisor e vi o semblante inconfundível de meu padrinho. Desde a morte de meu pai, suas visitas se tornaram frequentes, mesmo que minha mãe, no entanto, nunca tivesse se quer se dignado a aparecer, aquela vaca divina. Fora Érebo que me explicara sobre  

minha condição especial e sobre os espíritos que haviam possuído meu pai e o feito me atacar.

— Sério? Você não tem nada melhor para fazer? — Eu perguntei quando me recuperei do susto.

— Ah não! Deu algum problema na TV a cabo e você ainda é meu reality favorito! — Finalizou, um sorriso debochado em seu rosto.

Apesar do que os livros falavam sobre ele, Érebo era, na verdade, uma pessoa com um senso de humor torto, não que ele não fosse perigoso, mas sua maior característica, ao menos foi a que mostrara para mim, fora a capacidade de fazer piadas horríveis e rastejar pela vida das pessoas silenciosamente, para então tragá-la e jogá-la no caos. Pensando bem era melhor eu redobrar o cuidado.

— O que você quer? — Eu perguntei, já desesperado com a possibilidade do que significava sua visita.

Àquela altura eu já havia atravessado toda a cidade e encostava meu carro no estacionamento do hotel “Lonely Night”, onde havia alugado um quarto temporário. Abri a porta do carro e saí, sendo acompanhado pelo primordial, subi as escadas que levavam ao segundo andar sem receber qualquer resposta, talvez ele tivesse esperando ficarmos a sós, o que no caso do humor de Érebo podia significar perigo máximo.

— Vim te avisar que eles já conseguiram chegar até aqui. — Foi o que ele disse, antes de eu por as chaves na porta, o que me fez hesitar. Érebo se desfez em trevas, e seu vulto me envolveu num abraço negro, um beijo em meus lábios foi depositado, antes de eu ouvir dentro do casulo escuro sua voz ecoar sem fim — Cuidado com eles!

Demorou um bom tempo antes de eu finalmente ser liberado de meu cárcere negro. Érebo era alguém muito intenso e confuso, mas seus atos, ao menos até aquele momento, foram para me proteger, mesmo que fosse apenas para me usar em algo mais perigoso no futuro, como eu já suspeitava ser a razão, mas nunca me machucava mais que o suportável.

Retornei as chaves e fiquei em total silêncio, escutando todos os sons que meus sentidos gatunos pudessem absorver. Talvez alguém estivesse me espreitando no apartamento. Saquei uma das adagas que eu havia pego no porta luvas do carro, estavam bem guardadas no meu coturno de cano alto.

Coloquei a chave na fechadura, esperando um bote por parte de seja lá o que estivesse dentro do quarto. Não havia nada, nem ninguém, mas eu só relaxei depois de ter verificado todas possibilidades, mas eu sabia que alguém tinha entrado.

Havia pegadas na poeira do quarto, eu fazia questão de não pisar no chão e sempre espalhava tapetes para que eu pudesse pisar apenas neles, sem deixar pegadas na poeira que geralmente se acumulavam, já que eu não permitia limpeza em meu quarto.

As palavras de Érebo colocavam um autor na invasão: “Eles”. No caso da minha vida, inimigos podiam ser considerados muitas pessoas, mas o mais próximo que eu podia supor era que tratava-se da organização.

Black Cape vinha me caçando desde a morte do meu pai. Depois que descobri ser um semideus, descobri que boa parte dos integrantes da organização também eram, além do fato de que minha família descendia de Hermes, o que explicava a necessidade de roubar da família. Eles haviam concluído que me eliminar era prioridade, já que eu sabia demais a respeito, além de ter matado um membro importante.

Chequei meu computado e vi que havia sido aberto recentemente, mesmo que o invasor tenha tentado esconder sua presença, o que significava que pretendia voltar mais tarde, agora que tinha todas as informações, percebi que os arquivos que continham os planos de segurança e as plantas da joalheria de Suzan haviam sido abertos, o que queria dizer que o invasor agora sabia de meus planos. Minhas opções eram fugir ou executar a operação mais cedo. Escolhi pela mais emocionante.



Minha respiração causava nuvens de vapor no ar, mas eu pouco sentia o frio que vinha da neve que começara a cair sem parar na cidade, apenas coloquei o sobretudo para não chamar tanta atenção e ocultar as facas devidamente atadas na calça jeans, Érebo me entregara elas, dizendo que seriam úteis algum dia. Eu duvidava muito que ficar lançando facas fossem me ajudar em algum momento, mas nunca as deixava de fora de minhas aventuras. E a daquela noite eu estava saboreando uma que há muito eu planejara.

O prédio era enorme e a joia se encontrava no terceiro andar. Era revestido de mármore róseo, com detalhes encrostados com pedras sem valor, mas que refletiam bem a luz, lançando seus flash’s multicoloridos nas paredes rosáceas. O estacionamento ao lado do prédio era bem espaçoso, cabiam em torno de trinta carros, mas naquela madrugada, apenas os dos seguranças encontravam-se no lugar. Meu carro eu estacionara dois quarteirões a baixo.

A área não era uma zona de criminalidade, por isso os guardas estavam bem relaxados, quase sonolentos.

Abri meu iPhone e acessei remotamente o sistema de segurança da loja. Eu já sabia de cór toda a rotina, mas não costumava nada conferir, há meses eu havia conseguido pegar as senhas de acesso do computador de Suzan e as estava usando para observar meu objetivo é traçar meus planos, inclusive tinha gravado as zonas de ponto cego das câmeras, embora passar pelas primeiras fosse um desafio e tanto, não fosse o fato de hoje ser quarta-feira.

Meus olhos pousaram na tela, exibindo a imagem da sala de monitoramento, onde o guarda ressonava, olhei no relógio e esperei. Ele tinha uma rotina de cochilar 30 minutos na quarta-feira, dia em que sua esposa trabalha até mais tarde lavando roupa para os outros e seus três filhos ficam sob responsabilidade do pai. Ele chega praticamente morto para pegar seu turno as quartas. Sim eu estudara a rotina dele, era a peça chave e eu quis entender o porque dele só ficar daquele jeito as quartas.

O fato de que agora eu possuía os elementos necessários para o furto, fazia de mim um bom planejador, meu pai sempre dissera que roubar era uma arte que devia ser aproveitada e meu pai era o melhor artista nesse ramo. Eu herdara de meu pai esse talento, eu era o melhor.

Quando percebi que era o momento certo, fui até os carros dos outros guardas, precisava fazê-los sair do prédio, sem que levantasse muitas suspeitas. Forcei as portas, até o alarme disparar, ensandecido e irritado.

Não me preocupei em me esconder, meu colar fazia com que eu desaparecesse na neve, como se estivesse invisível. Dois guardas saíram para verificar o que sucedera a seus carros, as lanternas averiguando o local. Os burros deixaram a porta aberta, e eu passei por ela sem maiores problemas, esgueirando-me velozmente pelo corredor, até encontrar o primeiro ponto cego da câmera.

Verifiquei no celular se o guarda exausto ainda dormia e, para minha felicidade, ele ainda ressonava como um bebê, fingindo que estava olhando para os monitores com aqueles óculos escuros muito suspeitos. A adrenalina começou a entrar pelo meu sangue, animado com o êxito dos meus planos.

Segui pelos corredores como uma sombra, sempre usando os pontos cegos das câmeras, ora ou outra eu aparecia no linha de visão de uma delas, mas era como se fosse um fantasma, rápido demais para ser acompanhado e disforme demais para ser discernido.

Subi pelas escadas sem maiores dificuldades, não havia muitas câmeras nelas e meu “cúmplice” na sala de monitoramento ainda estava dormindo. Quando cheguei no terceiro andar eu parei.

Acessei o sistema de segurança e desativei os sensores de movimento e os lasers que ficavam ligados apenas durante a noite, caso algum invasor resolvesse roubar alguma coisa daquele salão. Havia peças bem valiosas naquele andar.

Abri a porta, mas não entrei, eu sabia que nessa parte não existiam pontos cegos para me mover, como vinha fazendo até aquele momento. Me concentrei e procurei a temperatura do ar, que já estava fria, havia um pouco de umidade no ar e eu a direcionem para todas câmeras, criando uma camada grossa de gelo nas lentes, fazendo com que as imagens ficassem embaçadas e totalmente incompreensíveis.

Eu tinha que admitir que gostava de ter poderes especiais e que eles facilitavam minha vida. Érebo provavelmente estava em alguma das sombras orgulhoso de seu escolhido estar fazendo um trabalho incrível.

Respirei fundo, antes de entrar na sala, verificando todos os movimentos dos guardas: o que estava dormindo na sala de monitoramento e nós que estavam do lado de fora. Para uma loja grande, eram poucos guardas, mas a gerência teve problemas recentemente e estavam com pouco pessoal, já que a entrevista era bem rígida. Uma falha grave na segurança, que só alguém de dentro poderia aproveitar.

O salão tinha tantas peças incríveis expostas, que por pouco não me distraí do meu objetivo principal. Colares, pulseiras, anéis e outras peças únicas, avaliadas em milhões de dólares, mas nada se comparavam a peça principal, exposta no meio do salão, envolta em uma caixa de vidro, bem protegida de invasores por um sistema de segurança sensível.

Apertei alguns botões no iPad e vi o vidro abrir-se convidativamente, exibindo o diamante de 50 milhões. Era gigante, mal cabendo na minha mão, brilhava como se banhado na luz do sol e refletia a luz num prisma multicolorido, simplesmente lindo. Sorri com minha esperteza, minha grandeza, meu talento. Meu pai se orgulharia de todo o plano, diria que eu era um gênio, e eu era.

Meu sorriso morreu quando ouvi as palmas às minhas costas. Virei-me já em alerta, mas não pude dar um passo se quer. Sombras prendiam minhas pernas e por um momento achei que fosse coisa de Érebo, mas a capa negra era inconfundível. Black Cape.

Quando o garoto abaixou o capuz, eu pude discernir seus traços. Tinha a pele alva e cabelos finos e escuros, lábios vermelhos e carnudos e queixo bem desenhado, poderia se passar por um modelo com tranquilidade, ou seja, era bonito. Considerando o poder que me prendia, eu concluí que era um semideus, um maldito semideus da Black Cape.

— Incrível! — Aprovou, fazendo uma careta de surpresa. — Devo admitir que todo o plano foi muito bem executado. Brilhante! Não esperava menos de um Rurik.

Percebi que podia mover minha parte de cima, minha mente já trabalhando em uma forma de escoar daquilo.

— Mas não consegui ver você... — Em nenhum momento me ocorreu que a Black Cape estaria ali. — Meus parabéns! — Eu tive que admitir.

A verdade é que eu realmente estava chateado. Planos perfeitos servem para não terem furos e o garoto era um rombo enorme no meu plano tão bem regulado é isso era o que me irritava, o fato de eu não ter contado com aquele imprevisto.

— Ah..Não se irrite com isso, conheço poucos que perceberiam minha presença. — Ele riu orgulhoso de si mesmo.

— Imagino que pegou os arquivos no meu computador hoje quando invadiu meu quarto, não é? — Eu perguntei, a irritação presente em minha voz.

— Então você descobriu essa parte.— Ele coçou o queixo com a mão direita e eu pude ver a tatuagem no braço trabalhado. — Interessante, mais perspicaz do que eu imaginava. — Ele me elogiou e percebi que estava me avaliando, talvez pensando se seria um desperdício me eliminar. — Vai ser uma pena perdê-lo.

Ele exibiu suas duas mãos brancas e eu pude ver os anéis negros se transformarem em duas katar’s idênticas, de lâmina negra, retirou a capa, exibindo a camiseta e a calça jeans, avançando na minha direção, eu quase podia ver seu objetivo. Meu pescoço.

Ele não contava com as facas de arremesso. Num movimento rápido, saquei a faca do coldre na perna e arremessei. Ele escapou, esquivando para a esquerda, mas a surpresa o desconcentrou de sua armadilha e eu consegui me soltar a tempo de correr para atrás de um dos expositores de joias.

Me mantive em movimento, indo de um lado para o outro e evitando as sombras que pareciam me perseguir. Em algum momento eu errei o movimento e ele apareceu por trás de uma coluna, mas eu defendi o golpe da Katar com um saque rápido de minha adaga.

Empurrei-o para traz, forçando o embate a se afastar de onde estávamos, dançando junto com ele um ritmo mortal, as lâminas se chocando e tilintando de um lado para o outro. Eu era bom com adagas, mas ele parecia igualmente experiente com as katar’s. As lâminas passavam muito perto um do outro, em dado momento, um de seus cortes baixos cortou minha camiseta, abrindo um arranhão no meu abdômen, eu fiz um corte de raspão em seu rosto.

Nós dois falhamos na dança e caímos em cima de um dos expositores, que partiu-se em mil pedaços no chão, os alarmes soando estridentemente no local. Uma das minhas adagas defendia uma das katar’s enquanto a outra pousava sobre o pescoço do garoto, mas eu não me encontrava em melhor situação, a Katar livre estava perigosamente angulada em minha traqueia.

— Empate? — Ele disse, um sorriso brilhante em seus lábios, como se estivesse feliz por ter sentido aquele tipo de emoção.

— Empate! — Eu respondi, sabia que ele não faria mais nada, seus olhos me diziam que ele havia gostado de lutar, apenas isso.

Afrouxamos as armas ao mesmo tempo, e, num movimento rápido, o garoto me beijou os lábios, sua língua arisca é sedutora, desejável ao meu paladar, mas era algo rápido e efêmero. Estávamos enrascados.

— Seraph Crawford, filho de Macária. — Ele se apresentou, um sorriso brincando em seus lábios, eu retornei à apresentação oficial com igual sorriso. Tinha que admitir que o garoto tinha astúcia, isso era algo que eu tinha que admitir.

Rolamos cada um para um lado, o diamante muito bem guardado no bolso do meu sobretudo, meu abdômen ardia um pouco com o corte, mas nada muito significativo. Estava na hora de fugir. A parte mais emocionante de um crime quase perfeito.

Seraph correu para a saída no exato momento em que dois guardas entraram pelas portas. Eu dei um grito antes de atirar as duas facas que acertaram nos ombros dos dois guardas. Seraph abaixara no exato momento em que as facas passaram por ele, aparentemente seriamos uma boa dupla se não tivéssemos nos encontrado em circunstâncias tão adversas. O filho de Macária me olhou num misto de admiração e surpresa.

— Em cheio! — Ele elogiou.


— Nah! — Eu gesticulei frustrado. — Eu estava mirando nessa sua bunda enorme! — E, num gesto automático dei aquela patolada, recebendo do filho de Macária um lábios inferior mordido.

Não queria dizer que havíamos nos tornado amigos, era apenas um momento que nos colocava do mesmo lado, apenas por um pequeno imprevisto no plano, estávamos empatáramos afinal. Claro que reconhecíamos a astucia e a habilidade do outro, ossos ira o suficiente.

Os guardas ficaram surpresos pelas facas fincadas em seus ombros e suas preocupações se voltaram para suas saúdes, mesmo que eu soubesse ter acertado um local em que eles não correriam perigo, embora doesse muito levar uma facada.

Passamos por eles sem muitos problemas, apavorados com o fato de morrerem. Descemos pelas escadas apressadamente e quando chegamos no hall de entrada, o nosso “cúmplice” estava tremendo com um catasse nas mãos, apontando de mim para Seraph.

Ele sabia que no momento que disparasse, o outro avançaria e não sabia o que fazer. De longe eu ouvia as sirenes das viaturas policiais subindo os quarteirões apressadamente. Seraph resolveu o nosso embate com seus poderes, as sombras envolveu as mãos do garoto, impedindo-o de puxar o gatilho.

Avançamos sem maiores problemas e fiz questão de desmaiá-lo com o cabo da adaga. Não queria que ele perdesse o emprego, afinal, fora a parte mais útil do meu plano.

Quando finalmente saímos do prédio, a viatura policial já havia encostado no estacionamento e os homens da lei haviam tomado posição. Três dos homens apontavam suas armas na nossa direção, pedindo que colocássemos as mãos na cabeça.

Obedecemos, um sorriso em ambos os rostos. Eu senti a temperatura se invernar ao meu redor e corresponder aos meus comandos, quando olhei novamente dois dos policiais largaram as armas, queimaduras de gelo em suas mãos, o terceiro estava brigando com uma sombra que o enforcava.

Eu corri para a esquerda, Seraph para direita, antes de um último sorriso, algo como um até logo. Afinal, ele ainda tentaria me matar, eu tentaria me defender, e talvez, da próxima vez, eu realmente acertaria aquela bunda enorme dele, ou faria algo mais útil, quem sabe?

Mesmo com a queimadura de gelo, um dos policiais veio ao meu encalço, outro ao encalço de Seraph, mas não tive tempo de olhar para trás, me enfiando em um dos becos, embrenhando-se entre os prédios, mas os passos estavam cada vez mais perto. Havia apenas uma coisa a fazer.

Saquei a faca da perna e, num giro rápido, a lancei sem menor dúvida, fazendo com que ela acertasse na coxa do policial, que tropeçou e caiu, capotando feito um carro. Não fiquei para olhar, meu colar me fazendo sumir em meio a neve.

A corrida fez com que eu me perdesse e ficasse rodando de beco em beco. Não queria aparecer naquele momento entre as ruas, quando virei a esquina fui surpreendido por uma coisa dourada que me jogou num bolo de neve.

Eu entrei em modo de auto-defesa e rolei para o lado livrando-me de ter o crânio perfurado, a lança cravada no asfalto coberto por gelo. Tratei de me erguer e desviar da mesma coisa amarela vinda da minha direita, uma faca lançada por puro reflexo onde eu acreditava estar a criatura, ouvindo o sibilar característico de ofícios.

Eu demorei a entender do que se tratava. Da cintura para cima era uma mulher, com pele escamosa e fartos seios à mostra, os cabelos castanhos volumosos descendo em cascata pelo corpo esbelto. Da cintura para baixo pareciam que eram duas caudas de cobra que a sustentava, que provavelmente foram os responsáveis pelos ataques anteriores. Sua coloração era dourada e ela segurava um escudo, além de uma lança.

Eu primeiro pensei que tivesse alguma coisa a ver com a Black Cape, ou até mesmo com o roubo, mas monstros podiam esporadicamente aparecer na minha frente com frequência, além do mais estava em São Francisco, um lugar comum para esse tipo de aparição. E sobre o motivo para me atacar, era sempre o mesmo: Eu sou um semideus, tenho bom gosto, ótimas proteínas e fico delicioso ao molho de caçarola.

Ela não me deu tempo para muita coisa, mas ainda estava nevando e eu estava em vantagem. Meu colar me ocultou, embora isso pouco quisesse dizer para os sentidos ofídios da mulher que continuou golpeando com suas caldas — Ou pernas —, de um lado para o outro, me obrigando a saltar e me esquivar, mas minhas mãos sempre pousavam nas facas de arremesso, lançando-as entre um intervalo de uma esquiva e outra. Eu tinha um bom equilíbrio e era um bailarino nato, podendo acompanhar qualquer ritmo.

Ao final das facas de arremesso, eu saquei as Caninos Gêmeos e esquivei-me de um golpe com a lança antes que ele passasse perto da minha cabeça, mas não tive tantas chances com a calda, que me derrubou no chão. Ela avançou com o escudo na intenção de me amassar, mas eu girei segundos antes dela cair por cima de mim, subi em suas costas e golpeei seu pescoço com a adaga repetidas vezes, enquanto ela gritava e sibilava.

No final eu jazia numa pilha de pó dourado. Recolhi minhas preciosas facas, devolvendo-as aos coldres, guardei minhas adagas e peguei um item estranho que a coisa deixara em meio ao pó dourado.

Aproveitei que o momento tinha passado e desci os quarteirões, chegando até meu utilitário, dentro dele eu trocara de roupa e colocara uma roupa diferente da que eu usara no roubo, colocara um capuz e um óculos escuros e sai dirigindo pelas ruas de São Fracisco calmamente, como se nada tivesse acontecido.

— Eu não disse que você é meu reality preferido? — Érebo perguntou no banco do carona, eu não me assustei dessa vez, já imaginava que ele fosse aparecer para me saudar com sua presença. Ele me beijou ardentemente enquanto seguíamos pelas ruas da cidade, loucos por um pouco mais de diversão.



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Mensagem por Eros Dom Ago 21, 2016 6:34 am


AVALIAÇÃO

Parabéns pela missão. Bem desenvolvida e utilizou todos os objetivos de modo necessário e quase impecáveis. Houve alguns erros ortográficos no meio do texto, mas nada tão grave, nem deve ter reparado. Ainda sim, ótima missão.

♦ 218 XP
♦ 1 nível
♦ 1 em treinamento em adaga e um ponto em treinamento em magia.
♦ 50 Dracmas.
♦ Pink Diamond: Um colar banhado em ouro com um pequeno diamante rosa como pingente. Recupera-se 15 HP e MP a cada turno.


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