Godlike Heroes
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

[OWN] O MEU IGUAL DIFERENTE! — KATHAROS

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para baixo

[OWN] O MEU IGUAL DIFERENTE! — KATHAROS Empty [OWN] O MEU IGUAL DIFERENTE! — KATHAROS

Mensagem por Katharos Qua Fev 22, 2017 1:41 pm

O Meu Igual Diferente
Feat. Zóphos | Submundo | Morpheia

Foi a primeira vez que o vi. Minha primeira impressão dele foi de que, apesar de toda a agressividade, havia muita pureza dentro dele.

O dia começou escuro, como era de costume no submundo. Acordar no palácio do meu pai era tão difícil quanto lutar na batalha de Tróia. É como se a cama tivesse amarras que se prendiam ao meu corpo, obrigando-me a não sair do estado de torpor total que o pó do sono que meu pai desprendia da sua sala espalhava pelo palácio.

Após uma odisseia que pode ter durado mais tempo do que imagino, eu consegui me erguer. As paredes pareciam estranhas, mudavam a todo tempo, com gravuras em alto relevo que estavam vivas. Pássaros, anjos e notas musicais voavam, enquanto uma música sonolenta era emitida pelo castelo. Um verdadeiro paraíso do sono.

Não é que eu odiasse aquilo, só não podia passar minha eternidade dormindo na casa do meu pai.

Havia discutido com ele a possibilidade de que eu passasse uma temporada no Olimpo com meu pai Eros, mas após o sequestro de Apolo e uma longa discussão entre os dois em que eu ouvi pratos quebrados, chamas e raios na sala, eu estava terminantemente de castigo. O palácio dourado de Hipnos ficou pequeno para os dois deuses.

Sai do meu quarto como era de se esperar no palácio de Hipnos. Não havia portas, então apenas atravessávamos as paredes. Ranger de portas podia acordar papai, então era melhor que tudo se mantivesse em silêncio.

Respirar o ar do submundo não era exatamente algo bom. Era sulfuroso e parecia que a névoa negra que envolvia o local se alojava em meus pulmões, mas depois de tantos anos respirando-o era difícil se incomodar.

Abri as asas quando estava no leito do Rio Lethe, tomando o cuidado para que nenhuma gota se quer respingasse em meu corpo. Podia ser um deus, mas não estava imune as artimanhas daquele rio. Eu poderia simplesmente esquecer a mim mesmo.

Não podia voar para muito longe, meus irmãos estavam me vigiando do castelo. Hora ou outra eu via um morcego voando próximo de mim. Estava ciente de que os Oneiroi não permitiriam que eu fosse mais longe do que papai permitia, o que tornava tudo muito chato.

Queria voar livre pelo submundo, pelo Olimpo e, porque não? Pelo mundo mortal. Conhecê-los, fazer amizade com eles e, quem sabe,  ter a oportunidade de conhecer um homem de alma pura com que pudesse ter um filho. Seria um sonho!

O Sono, no entanto, tinha outros planos.

Ouvi um grito agudo vindo de algum lugar próximo de Asfódelos, e não pude deixar de me conter em ir ao socorro.

Os morcegos começaram a se acumular como se estivessem em uma nuvem ao meu redor, girando como se quisessem me parar, nublando minha visão de onde deveria ir, mas me teleportei sem esforço para mais à frente e voei com ainda mais afinco em direção ao ocorrido, deixando-os para trás.

O que vi quando finalmente posei foi uma mulher. Seus cabelos estavam debotados, podiam ter sido castanhos, mas estavam sem brilho e nuvem puxados para o cinzento. Os olhos estavam assustados e vermelhos, como se não tivessem parado um segundo se quer de chorar. Haviam marcas em seu corpo que estavam inflamadas, lanhos de chicote. O corpo era frágil, mas o desespero do que seja lá que estava perseguindo-o, era ainda maior do que a fraqueza.

— Me deixa em paz! — Esbravejou para as suas costas, onde alguma coisa pequena se movia em grande velocidade por entre os penhascos.

Estávamos em uma espécie de vale agudo, dois paredões de cada lado e a passagem estreita em que nos encontrávamos não devia ser suficiente para que um elefante passasse. A coisa vinha em alta velocidade atrás dela, com suas mãos e pés estranhos, pequeno como um anão, andando de forma quadrúpede e dentes tortos e afiados.  

Eu acho que devia ter voado para não atrapalhá-la, mas estava tão fascinado com a cena que, fiquei ali, parado e atônito, enquanto ela se aproximava com uma faca negra nas mãos. Era óbvio que a criatura, que se aproximava cada vez mais, a venceria, então, numa atitude totalmente impensada, ela me alcançou, enlaçou meu corpo e apontou a faca negra no meu pescoço.

Eu demorei a perceber que estava sendo feito de refém.

A coisa pequena hesitou, como se ordenada a parar por um comando que eu não podia identificar de onde tinha vindo. Mais deles se juntaram ao cerco, descendo pelo paredão, babando uma gosma preta de sua boca com mau hálito.

— Me deixa em paz ou eu mato ele! — Esbravejou novamente, a faca apertando em minha garganta.

As coisas hesitaram, recuando mais um pouco, a ameaça da mulher surtindo efeito.

— Você poderia, por favor, afrouxar a faca? Está me machucando! — Eu falei, minha voz gentil como sempre.

— Cala a boca, ou eu te mato! — Respondeu. Eu não queria ser morto. Acho que nem podia ser, mas me preocupou aquele desespero na voz dela.

Dois deles abriram caminho a nossa frente, dando passagem para uma sombra grande, que posou nuvem a nossa frente. Devo dizer que fiquei estupefato quando notei que ele tinha três pares de asas, como eu mesmo. Podia-se dizer que ele era meu oposto. Parecíamos demais, mas em cores diferentes. Fiquei curioso a respeito dele.

— Eu não acho que você deveria estar aqui. — Falou, a voz aveludada e grave. — Seu pai não vai gostar nada disso! — Ele falou e eu gelei. Papai ia me deixar de castigo por toda a eternidade.

Eu sou meio lesado às vezes, então demorei a perceber que o estranho me conhecia. Ele ia contar para o meu pai que eu havia me metido em apuros e eu ia me encrencar.

— Por favor, não conta pra ele! — Eu implorei, quase choroso.

A figura me olhou curioso, quase ouvi uma gargalhada contida, achando graça de meu desespero. Ainda mais ciente de que estava com uma faca no pescoço e minha preocupação maior era tomar uma bronca do meu pai.

— Ok, não se mexa.— E apontou para a cabeça da mulher. Aquilo me alarmou.

— O que você vai fazer? — Perguntei, já ciente da resposta. A mulher gritou, apertando mais a faca no meu pescoço, mas isso não me preocupou. — Não! Espera! — Eu não me importei de receber um corte no pescoço, mas pus minha cabeça na direção da dela. Ele abaixou a mão.

— Não vou conseguir acertar ela se você estiver na frente! — Ele falou devagar, como se eu fosse uma espécie de retardado que não entendia o básico.

— Eu sei! Não vai simplesmente matar ela assim! Calma! Ela deve estar desesperada para recorrer a esses métodos! — Falei, como se estivesse coberto de razão e sabedoria.

— Ela fugiu de seu castigo! É um espírito condenado! — Respondeu, ainda irritado com minha atitude sem sentido. Sua frase era uma argumento gigantesco contra minha lógica louca, mas e daí? Tudo tem sempre quer ser tão preto no branco?

— Tá, mas deixa eu conversar com ela primeiro! — Falei, birrento. A mulher ficou assustada com minha atitude e se afastou de mim, apontando a faca na minha direção.

Vi que as criaturas ao redor estavam prontas para dar o bote nela e, num movimento rápido de minhas asas, eu me pus entre ela e as criaturas, as costas quase encostando na faca negra que estava incomodando muito sobre minha pele.

O outro deu um comando e as criaturas recuaram, apenas mantendo o cerco por segurança. Olhei feio para o garoto, que parecia controlar as criatura e me voltei com um olhar gentil para a mulher.

— Agora, me conte, porque veio parar aqui? — Falei com calma, apontando para tudo ao meu redor. Sabia que o submundo não era apenas um reino, mas uma punição.

— Eu sou inocente! — Falou e o garoto fez menção de dizer a frase mais antiga do mundo entre os carcereiros, mas meu olhar de fúria mega poderoso fez ele se calar. É. Eu sei ser intimidador quando quero. Só não entendi porque ele estava abafando um riso.  

— Eu acredito em você! — Falei e ela me olhou confusa. Eu realmente confiava nela. Ninguém teria tanto trabalho para escapar de seu castigo se não o merecesse. — Por favor, me conte tudo, para que eu possa ajudá-la.

Então ela contou que seu marido era um centurião e fora injustamente acusado de um crime que não cometeu, apenas para servir de bode expiatório para um amigo corrupto que armou para a culpa cair sobre ele. Ela procurou a justiça, mas ninguém a ouviu. Desesperada, ela acabou matando o tal amigo corrupto por pura vingança. Pegaram-na, ela tentou fugir e acabou morta. Condenada aos campos de punição.

— E foi só isso que aconteceu? — Foi a voz grave e aveludada do garoto que falou, aparentemente curioso com a situação. Seu olhar denotava saber de algo mais, algo que eu não sabia.

Olhei novamente para ela e ela hesitou. Peguei sua mão e a tranquilizei, fazendo carinho nela. Aparentemente o gesto a assustou e depois a relaxou. Provavelmente devia fazer muitos anos desde que alguém lhe fizera um carinho.

Ela admitiu que no meio da situação, acabou matando a esposa do traidor, imaginando que ela estivesse ciente da trama, mas os juízes disseram que ela era inocente e que não tinha a menor consciência das ações vis de seu marido.

— Isso a torna uma assassina! — Falou o outro. Eu rolei os olhos.

— Mas isso não quer dizer que ela não seja inocente! — Falei, envolvendo a mão dela. — Foi apenas uma vítima das circunstâncias! Não merecia ser castigada por tanto tempo. — Falei.

— Isso não é você que decide. — Disse uma voz grave as minhas costas. Eu gelei, era idêntica à do meu pai. Eu estava encrencado.

Quando me virei meu coração, que havia vacilado um compasso, voltou a bater. Não era o meu pai, apenas seu irmão gêmeo.  

— Senhor eu... — Começou o garoto, aparentemente um servo de Thanatos.

— Esta atrasado em conter a falha de segurança, estou vendo! — Disse, a voz mórbida, entediada e depressiva.

Ele se encolheu. Meu tio podia ser o tipo de pessoa que assustava muito, embora eu não o visse dessa maneira. Ele era legal, encobria minhas escapadelas.

— Mas tio, a pena dela precisa ser revista. — Eu choraminguei, o biquinho presente.

— Está disposto a enfrentar Hades? — Ele desafiou, uma sobrancelha arqueada.

— Claro! Tenho certeza que ele vai me ouvir! — Falei, convicto.

— Mesmo sabendo que ele vai chamar seu pai? — Eu engoli mais que bile e o outro abafou um riso, lhe rendendo um olhar de desaprovação de seu mestre.

— Uhum. — Era um muxoxo nada convincente, mas eu sabia que não tinha escapatória. Ela precisava de mim.

No final, eu consegui mudar a opinião de Hades, me custando um acesso de raiva escala terremoto do meu pai e um castigo severo de 100 anos sem sair de seu território, ficando sob vigilância constante de meus mil irmãos.

Qualidades:


Defeitos:


Poderes Passivos:


Poderes Ativos:


Arsenal:




Ir para o topo Ir para baixo

[OWN] O MEU IGUAL DIFERENTE! — KATHAROS Empty Re: [OWN] O MEU IGUAL DIFERENTE! — KATHAROS

Mensagem por Hades Qua Fev 22, 2017 5:42 pm

Avaliação
Atualizado por: Hades

Gostei, ficou bem interessante a história e a inocência dele.

♦ 1 Level
♦ 100 XP
♦ 60 Dracmas

Hades
Hades
Deuses
Mensagens :
53

Ir para o topo Ir para baixo

Ver o tópico anterior Ver o tópico seguinte Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos