MvP - Jake Tyler

Respirar o ar puro do campo não era exatamente uma atividade interessante para um cara da cidade grande com Jake, mas dentro do acampamento era...diferente. Apesar das altas probabilidades de ser devorado por um monstro que usaria os ossos do filho de Ares como palito de dentes, ele se sentia mais seguro ali dentro do que nas ruas de Nova Iorque onde fora criado.
O semideus levantou-se e vestiu sua farda de soldado, algo que usava frequentemente. Guardou sua moeda de Esparta no bolso direito e sua faca de bronze no cano longo de seu coturno preto e saiu em direção à floresta. Caminhar no meio do “mato” na verdade não era muito diferente de viver nas ruas, você precisa prestar atenção ou morre, coma a coisa errada e você morre, irrite a pessoa ou ser errado...bom são regras simples, e apesar da mudança drástica de cenário, era algo familiar. Continuou seguindo a trilha calmamente mas seu déficit de atenção logo fez com que se distai-se pensando em mil coisas ao mesmo tempo e quando se deu conta de que seu senso de direção não era confiável. Piscou algumas vezes como se esperasse que sua mente “voltasse” ao lugar dela, olhava ao seu redor e não vida nada além de árvores, nem sinal da trilha. Decidiu refazer seus passos lentamente para tentar voltar ao caminho correto mas como já dito anteriormente, seu senso de direção era uma droga.
– Eu acho que não deveria estar indo nessa direção? – Dizia o semideus para si mesmo enquanto continuava caminhando e tentando se manter concentrado, tarefa mais difícil do que parece.
Após perder o bom tempo perambulando entre as árvores no melhor estilo “Bear Grylls”, finalmente teve uma boa notícia, ou melhor, viu uma boa notícia e nunca havia ficado tão feliz em ver um tronco em sua vida, mas o sorriso rapidamente desapareceu ao ver uma formiga tão grande à sua frente. Ficou imóvel apenas olhando fixamente para o que o semideus pelo menos pensava que eram os olhos da criatura. Deu lentamente alguns passos para trás e sem fazer movimentos bruscos colocou a mão no bolso direito até conseguir pegar a moeda.
– Por que a gente nunca tem um tamanduá gigante por perto quando precisa de um? – Disse o semideus jogando a moeda para cima, pegando a colocando na palma de sua outra mão esperando pelo melhor (Cara ou Coroa).

Spoiler:

Os segundos que levaram para a moeda cair em suas mãos pareciam uma eternidade mas quando finalmente chegou a tocar o metal da moeda sentiu ela rapidamente tranformar-se em uma lança. Empunhou a arma que surgira com força, apenas prestando atenção na formiga gigante que estava a sua frente. O semideus ainda não tinha tido a oportunidade de enfrentar nenhuma criatura então, dá pra se dizer que seu coração disparou, mesmo que não fosse a mais assustadora das criaturas ainda podia matá-lo, aquelas pinças nãos pareciam muito agradáveis de se sentir na pele.
Com seu coração acelerado o semideus tenta respirar o mais devagar possível para controlar as batidas do mesmo, se ficasse muito agitado poderia dar tudo errado, e não queria isso. Podia imaginar seu obituário ”Jake Tyler, morto por formiga”. Não iria pegar bem, principalmente para um filho de Ares. Percebeu a formiga vindo faminta em sua direção, mas aquele não era o momento de atacá-la diretamente, era tudo uma questão de paciência, coisa que aliás o filho de Ares não era conhecido por ter, mas esperou que o animal chegasse a uma certo distância e rolou para a direita para desviar de seu ataque, logo em seguida ativou a camuflagem de sua farda de soldado para se misturar ao ambiente no melhor estilo “Predador”, Se abaixa colocando um dos joelhos no chão e deixando a lança ao seu lado. Lentamente o semideus tira sua faca de bronze de dentro do coturno e joga na direção contraria a do monstro torcendo para que ele fosse atraído pelo metal da adaga e se afastasse um pouco mais para lhe dar tempo de pensar em um forma de acabar com ele.
Se der certo e a criatura se afastar, o semideus observa a formiga completamente em silêncio  por um tempo procurando avidamente por um ponto fraco que pudesse ser bem explorado naquela couraça vermelha e completamente blindada, faria de tudo para sair daquela floresta, quer dizer, quase tudo.