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O Alçapão

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Mensagem por Robert Turder Dom Set 17, 2017 6:55 am


O ALÇAPÃO.
ENTRE POR SUA CONTA E RISCO


Não é fácil encontrar a entrada da forja. Como o nome indica, é um alçapão de ferro ao lado de uma pequena chaminé com nada além de uma plaquinha para identifica-lo. Nela é possível ler: “propriedade de Robert Turder, invada por sua conta e risco”. Aqueles que resolvem se aventurar encontram uma escada em espiral que se perde na escuridão. Existe um código sonoro que a transforma em um elevador, mas Robert não costuma passa-lo para ninguém, então a maioria dos visitantes precisa descer 122 degraus para entrar no coração da forja. Ele é dividido em três partes, nenhuma delas exatamente construída para receber seres orgânicos.

A primeira ala é um depósito de materiais meticulosamente organizado. Caixas de arquivo estão encostadas por quase toda a extensão das paredes, e sobre elas há dúzias de prateleiras carregando os mais diversos instrumentos. Há um código numérico impresso em cada um deles, assim como nas sessões onde estão guardados. É nessa ala que Robert recebe os clientes, portanto há dois bancos de madeira extremamente destoantes no meio do lugar. Também por causa disso existe uma linha vermelha no chão passando a meio metro de todos os arquivos. Na porta de entrada está pregada uma placa de LEDs que informa: “Não ultrapasse a faixa de restrição – risco de morte dolorosa”. Nela também há um sensor de movimentos que avisa a Robert quando um novo cliente chega.

A segunda ala é acessada através de uma passagem escondida na primeira. Entrar nela é como entrar na geladeira. Há diversos computadores e maquinário mais modernos por lá, além de balcões de granito e uma pia. Uma única cadeira de rodinhas está posicionada no centro, pronta para ser puxada para qualquer uma das mesas e estruturas.

No fundo da primeira ala há um alçapão trancado por diversos cadeados. Ele leva à ala final. É um lugar quente, tanto por estar tão no subterrâneo quanto pela forja que ocupa um terço do espaço. O resto é preenchido por outros itens de cutelaria, a bigorna tomando uma posição de destaque por estar no centro do lugar. Na parede oposta à forja há um quadro branco e diversos canetões, e logo abaixo uma lixeira quase sempre vazia. Na outra parede se encontra um grande balcão de granito com projetos em desenvolvimento, além da prótese que fez para permitir que usasse com menos dificuldade os instrumentos da forja que requerem duas mãos.

Em geral, é um ambiente frio, organizado e nem um pouco acolhedor. Um lugar para trabalho.



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Robert Turder
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O Alçapão Empty Re: O Alçapão

Mensagem por Robert Turder Sáb Set 30, 2017 9:40 pm


O PUNHO
A PERFEIÇÃO DO SINTÉTICO


O Alçapão podia parecer intimidador para alguns. As paredes longas e cinzentas, a organização sistemática, o silêncio... Os rostos felizes e orgânicos de muita gente se torceriam em caretas ansiosas ao entrar em um lugar tão impessoal. Mas não o de Robert. Aquele era seu habitat natural.

O filho de Hefesto encarava com uma concentração tranquila o quadro na parede. Prendia um canetão entre os dentes como se fosse um charuto, seus olhos subindo e descendo conforme analisava os cálculos a sua frente. Gostava da exatidão dos números. Era quase triste apagar aquilo toda vez que começava um novo projeto.

Tirou o canetão da boca e esboçou um círculo azul no quadro. Dele duas pequenas retas saíam. Fechou o trapézio com um novo traço e rabiscou quatro linhas partindo de suas extremidades. Três delas seguiam próximas até alcançarem um novo círculo, enquanto a quarta seguia separada para o mesmo lugar. Desenhou uma seta apontada para as linhas e escreveu com sua caligrafia torta: “couro”. Fez o mesmo com as bolas e o trapézio, nomeando-os de “metal”, e encarou com orgulho o esboço tosco. Depois de adicionar alguns pesos e medidas estava pronto para a parte mais prática da forja.

O grande container de calor e fogo já estava ligado há horas, desde antes de Robert começar seus cálculos e planejamentos. Uma barra metálica era aquecida naquilo enquanto o semideus colocava sua prótese. Ainda se lembrava da primeira vez que precisou fazer isso – gastou quase uma hora. Nos dias de hoje era apenas questão de minutos fazer o encaixe e atar as tiras ao redor do braço.

Ele pegou uma haste e cutucou a barra como um confeiteiro que checa seu bolo. Uniu as sobrancelhas. Não tinha tanto tempo – o rubi sobre o balcão precisava ser lapidado antes que o metal atingisse seu ponto de fusão.

Ligou a máquina de lapidação pegou a pedra, moendo seu exterior para tirar as imperfeições mais gritantes. Depois disso colocou-a no balcão e pegou o pote de cera que descansava ao lado da forja. Era difícil abri-lo com só uma mão, e sua prótese não era exatamente feita para segurar essas coisas. A tampa voou e o recipiente oscilou, espalhando cera pelo granito.

– Merda... – Robert grunhiu enquanto colocava o rubi sobre a cera derramada. Faria seu trabalho ali mesmo.

Subiu até a primeira ala d’O Alçapão e passou os dedos pelas prateleiras até encontrar sua espátula. Prendeu-a entre os dentes e pegou um copo de água fria antes de descer outra vez para o coração da forja.

Jogou o líquido sobre a cera para que essa tomasse firmeza, maldizendo-se por não ter preparado tudo no andar de cima. Teria de trabalhar com rapidez e precisão. Com sua espátula em mãos começou a dar forma a sua obra, fazendo pausas de tempos em tempos para molhar outra vez a cera. Pelo menos a água tornava mais fácil o processo de lapidação.

Por fim tinha uma bacia de rubi pouco menor que um punho fechado. Separou os restos da pedra e moeu-os em um pó fino e avermelhado. Aquilo daria cor à obra final. Foi até a forja e retirou o metal incandescente, misturando-o ao pó e o dobrando sobre si mesmo até se tornar homogêneo. Separou o material em duas porções: uma maior que retornou ao fogo e uma menor que moldou em algo próximo a uma cotoveleira. Era o círculo menor de seu desenho tosco, agora com uma aparência muito mais digna. Abriu orifícios para passar as tiras de couro e jogou sua criação na água. Vapor quente subiu do balde, mas Robert não parou para olhar. Deixou aquela peça de lado e foi para trabalho muito mais complexo que seria moldar o punho.

Tirou o material do fogo e colocou-o sobre o rubi, puxando e moldando a liga metálica até que o cobrisse por completo – uma esfera de platina com a tigela preciosa em seu interior. Agora começaria o trabalho quase artístico de transformar a forma.

O calor do ambiente manteria a platina maleável por algum tempo, então o rapaz não teve pressa em seus cortes, pressões e puxões para dar a forma desejada à arma. Era relaxante trabalhar na perfeição dos detalhes.

Aos poucos a esfera foi tomando a forma de um punho fechado. Uma luva maciça, de certo modo, com um encaixe longo para o pulso. Robert passava sua espátula pelo material com calma e precisão, desenhando os detalhes da mão metálica como se fosse uma escultura. Por fim abriu quatro furos no encaixe e mergulhou a peça na água. A fumaça branca e efervescente se espalhou pelo lugar. O filho de Hefesto se afastou. Voltou para o primeiro andar para guardar a espátula, pegar uma faca e localizar sua lixa. Era como sair de um forno. Passou as costas do braço sobre testa, limpando o suor que escorria, e desceu outra vez para a forja.

Pegou o couro dobrado sobre o balcão e lixou sua flor. Não gostava de imperfeições, por mais mínimas que fossem – davam uma impressão de desleixo. Só depois cortou o material em tiras e separou as tachas para fixa-las.

Tirou o punho metálico da água e passou a ponta de uma tira por cada orifício do encaixe, prendendo-as com as tachas. O semideus trançou as três tiras superiores, formando uma proteção mais grossa para a parte externa de seu braço, e então passou suas pontas pelos buracos da cotoveleira. Ela seria o ponto de fixação.

Pegou os restos do couro e formou uma nova tira, dessa vez menor, passando-a de uma lateral à outra da cotoveleira. Partiu a pequena tira quase no meio e juntou as novas pontas com uma fivela. Pegou a tira restante – que saía da parte inferior do punho – e costurou-a naquela. Estava pronto.

Tirou a prótese de seu braço para experimentar sua criação. Um punho de platina. Os cantos de sua boca tremeram num sorriso enquanto abria a fivela e encaixava seu cotovelo na cotoveleira. Enfiou o toco, onde antes houvera uma mão de carne e osso, no encaixe do punho metálico. Fechou a fivela e ergueu o braço. O punho era pesado, mas as tiras de couro mantinham-no firme.  Não que tivesse dúvidas quanto a isso, seus cálculos eram precisos, mas era bom ver a prova física de sua habilidade. Deu alguns socos no ar e abriu um sorriso convencido. Mal podia esperar para testar seu bebê em combate.



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Mensagem por Hipnos Dom Out 01, 2017 8:19 am

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