MNM - A Ruína de Ares - Ehratos, Korona, Albafica e Khallos

Dispair

O que nos tiraria dali? O laço!

Fechei meus olhos com o desespero da situação. Kydoismos estava levando a pior, mas mesmo assim seu mundo não havia sido tragado por completo, havíamos, no entanto, invadido-o, modificado-o com nossa ligação. Jamais imaginei que meu poder seria tão importante para lutar contra um deus da guerra. Se voltasse para o acampamento me concentraria em treinar mais para ser mais útil, mas o que eu podia fazer naquele momento era me concentrar em destruir aquele lugar.

Korona estava ali, os céus tempestuosos era a prova de que ele havia conseguido quebrar a ilusão. Mas as flores de Albafica me preocuparam. Algo estava errado do lado de fora, eu podia sentí-lo esmorecer, eu precisava sair dali para cuidar dele. Nós precisávamos derrotar aquele demônio para nos mantermos juntos.

Juntos! Nos prefisavamos nos unir. Eu precisava me focar em nós quatro, em unir nossas consciências, em nos tornarmos um, emocionalmente falando. Dos três eu era o mais distante deles. Khallos e Albafica eram amigos, Korona tinha contato com ambos, mas eu? Eu era o estrangeiro! Será que não era eu quem estava me distanciando?

Meus olhos ainda fechados eu me concentrei em Korona, em sua impetuosidade, orgulho e soberba. Mesmo com todos os seus defeitos, ele ainda tinha um coração amável e se preocupava conosco, sempre tentando o máximo para nos levar a vitória, claro que podia ser mimado às vezes, mas ainda assim, devia ele minha vida durante toda essa missão.

Albafica...Surgira como uma flor que se desabrocha, auxiliando Korona, que estivera prestes a ser derrotado antes, uma criatura linda, com uma aura encantadora e sempre atento, sacrificando-se por nós não apenas uma vez, tudo para nos manter seguros.

Khallos, o homem de queixo firme possui um sorriso belíssimo ele viera me ajudar, cobrira minha nudez e, até aquele ponto, estava mantendo-se tão intrinsecament ao meu lado que não podia deixar de ser grato a ele.

O que vi foi uma trança. Um cipó com flores multicoloridadas que pendia do infinito a minha frente, estava emaranhado com um fio iônico, vibrante e eletrizante, numa cora azul esbranquiçada, outro era um fio cflamejante, como se o fogo houvesse tornado-se sólido e tivesse sido trancado com os demais elementos. Eu sabia que era Albafica, Korona e Khallos, mas...E eu? Onde estava?

A visão mudou e eu estava totalmente envolto por aqueles elementos. Coberto pelas chamas, as flores e a eletricidade, como se eu fosse uma vajem protegida por eles. Sim, eu era uma parte importante daquela equipe.

Nessa visão, eu era um ser luminoso, minha coroa emaranhada em meus cachinhos. Estava nu, mas minha nudez era coberta por chamas, que não me queimava, minha beleza era adornada por flores que subiam por meus braços e desciam pelas minhas perna e minhas asas? Eram feitas de pura eletricidade.

Quando abri os olhos estava diante de uma Kidoysmos necessitada, fraca e pequena.

— Não se preocupe, faremos de tudo voltar ao normal! — Eu disse para o ser a minha frente, preenchido, finalmente preenchido, por aqueles que me rodeavam, pelos deuses que me ajudaram.

Talvez um dia nós nos tornássemos os substitutos de nossos pais. Se assim o fosse, eu estaria feliz de estar sob o comando de Korona, a proteção de Khallos e a cumplicidade de Albafica.

Eu os amava. Não sexualmente. Eu os amava como indivíduos e como grupo. Meu coração não teria mais espelhos quebrados. Havia algo tangível e real dentro dele agora.

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Estávamos bem! Tudo tinha voltado ao normal! Vencemos!

Bom...Foi o que pensei, mas obviamente as coisas não seriam tão fáceis. Albafica caiu nos braços de Korona, desfalecido e pálido, como se estivesse muito perto da morte, o que parecia um estado bem comum pro garoto, sempre colocando-se a frente de todos e se projetando como um escudo vivo.

Korona, desesperado pediu a minha ajuda, o que era uma evolução enorme do garoto, mas eu desejava ajudar. Não para obter algo em troca, mas para que Albafica se sentisse bem. Acho que também melhorei.

— Vão na frente, alcançamos vocês depois! — Eu disse, de forma meio imperativa, minhas habilidades de discurso sendo usadas, enquanto eu tentava bloquear minhas verdadeiras intenções, bloqueando o laço por um momento. Eles não podiam saber o que eu ia fazer e o que provavelmente me sucederia.

Albafica era um guerreiro totalmente necessário para a missão. Eu? Nem tanto.

Esperaria que ambos fossem para só então agir.

Albafica tinha um sangue venenoso e fora dessa mesma maneira que ele matara Kydoismos, com um beijo. Talvez eu fosse a Julieta, prestes a tomar o veneno dos lábios do próprio amante. Chegava a ser ridículo eu fazer isso, parecia até uma piada. Eu, que não costumava me importar com ninguém, estava ali, pronto para morrer pelo filho de Deméter, que nem me tratava exatamente muito bem, mas que eu já amava como se nos conhecêssemos a vida toda.

Na verdade, isso acontecia com todos os três envolvidos. Eu amava-os porque havia um forte laço entre nós, não sei explicar como aconteceu. Talvez fossem as duras crises pelas quais havia passado naquela missão, mas sinceramente, não ligava. Eu salvaria Albafica, mesmo que isso custasse a minha vida.

Tomaria o filho de Deméter em minhas mãos, acariciei seu rosto, gravando suas feições no meu tato com carinho, a tês dele estava mais pálida do que o normal, mas rosto era como de um anjo, nosso anjo da guarda.

— Acho que é isso... — Disse, afastando meus lábios. — ...Pela primeira vez estou fazendo algo com amor...Não com luxúrias ou desejo. — Sussurrei para ninguém mais do que eu mesmo. — ...Acho que aprendi alguma coisa... — Disse olhando para o astro rei.

Desci meus lábios com delicadeza, primeiramente num selinho carinhoso, deixando as borboletas voarem ao nosso redor, um sorriso estampado em meus lábios. Eu ia fazer aquilo não porque desejava o corpo do garoto, mas porque o amava e me preocupava com sua segurança.

Colei meus lábios nos de Albafica, invadindo sua boca com minha língua, mesmo imóvel, eu permaneceria beijando-o, meus poderes influindo nele vida, fazendo seus glóbulos se reproduzirem mais rapidamente, acariciando seu rosto enquanto minha língua explorava cada canto de sua boca. O beijo em si não tinha a intenção de ser apaixonante, era apenas um remédio, um remédio administrado ao garoto de Deméter, enquanto para mim, deveria ser comparado ao veneno, veneno que eu sorvia com coragem. Eu talvez morresse ali, mas morreria para que alguém vivesse, para que ele se erguesse, mesmo em minha ruína. Se erguesse para lutar de novo.

Me deitaria ao seu lado, me aninhando em seu corpo desfalecido, desfalecendo eu mesmo ao seu lado.

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Enquanto beijava Albafica, comecei a sentir as dores do veneno. Eram agudas e se misturavam ao meu ikhor com muita facilidade, destruindo meus glóbulos dourados como se fosse um virus, como se rejeitasse meu sangue dourado.

A tremedeira logo apareceu, inibindo um pouco meus movimentos, comecei a sentir meus músculos travarem e as lágrimas de dor saírem sem a menor autorização. Era eu quem estava morrendo, mas eu não ligava. Albafica tinha que reagir, tinha que se curar.

Eu demorei a entender o que veio depois que perdi a consciência, mas os lábios colados de Albafica ao pouco me traziam o calor que seu sangue havia roubado, me puxando do vácuo inconsciente que eu havia sido levado.

As palavras dele foram ouvidas por mim e eu retribui o abraço com carinho.

— Você beija bem! — Escapou dos meus lábios. Era apenas um comentário engraçado, sem nenhuma intenção romântica.

Eu o sentia todo, seu corpo amassado no meu estava me deixando empolgado, mas tinha quase certeza que ele não gostava desse tipo de contato comigo. Dentre os deuses, não conhecia um que realmente gostasse nesse nível de mim.

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Que ótimo! Tomei um tapa por ajudar.

Talvez eu devesse ter ficado irritado com tudo, mas o laço me mostrava a real preocupação que Albafica estava sentindo por mim e aquilo me emocionou. Não é comum as pessoas se preocuparem verdadeiramente por mim, inclusive, meu pai, quando teve a primeira oportunidade de se livrar de mim, me jogou no acampamento meio sangue.

Fui sendo carregado feito um saco de batatas sabe deus pra onde, recebendo ainda um tapa nas nádegas, o que deveria ser considerado ruim para a maioria das pessoas, mas aquilo me excitou. Eu meio que gostava de receber tapas, mas aquilo não era tempo pra minhas fantasia sexuais, Albafica estava passando por um momento difícil.

Forcei meu peso, tentando descer. Quando finalmente consegui descer, eu seguraria Albafica, forçando seu olhar no meu, delicadamente acariciando seu rosto.

— Olha...Nós estamos nisso juntos! — Eu disse, e beijei-lhe sinceramente nos lábios, apenas um selinho preocupado. — Não sei o que faconteceu antes com você e, sinceramente, gostaria de saber. — Deixei aquele novo sentimento de preocupação que surgia guiar minhas emoções. — Mesmo que não esteja pronto para falar, saiba que continuarei aqui ao seu lado. — Eu enlacei minhas mãos as dele e o abracei. — Não pode nos proteger dos makhais ou dos outros inimigos dos deuses, não me sentiria bem vendo você se sacrificar por minha causa. Estamos aqui juntos nessa, não nos afaste. Vamos vencer, mas só se estivermos juntos. — Completei com um sorriso sincero.

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The Ares   Fall
Italy

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Assim que chegamos no fórum eu conseguia sentir a presenta do espírito da ruína ali, e foi uma questão de tempo para que ele se revelasse. Tentei esconder meu temor, sabia do que ele era capaz de fazer, mas não deixaria transparecer, Fui na frente, puxando Khallos pelo braço.

Quando ouvi os passos da armadura do homem sabia o que iria acontecer, e novamente não existiam mais humanos no local. Ele mostrava orgulhoso a chave de seu irmão para nós, como se fosse um prêmio, e então eu soube que ele também tinha atacado um dos seus. Quando ele fez sua ameaça junto com suas bolas de destruição e rapidamente avisei Khallos sobre o ataque do deus.

— Cuidado com essas bolas! um toque e você já era! — Olhava para ao homem com ódio —  Vamos ver quem vai cair então...

Eu faria um colo meu para atacá-lo, eu e meu clone correríamos em direção ao espírito, tentando desviar das suas bolas. Quando estivéssemos perto o suficiente, tanto eu quanto o clone atacaríamos o rosto do makhai, cada um de um lado diferente, mas faríamos isso para distraí-lo, nossa verdadeira intenção era atacar com eletricidade.

Assim que a lança cortasse a carne do espirito da ruína, tanto eu quanto meu clone atacaríamos com eletricidade, cada um de um lado de Olethros. E assim que terminasse recuaria, ainda desviando das perigosas bolas de destruição do homem. Eu havia aprendido na primeira vez.

— Khallos, é sério, não toca nessas bolas. — Falava novamente preocupado com Khallos

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— O fórum! — Disse, enquanto o caminho se revelava a mim com facilidade, enquanto nosso laço empático nos guiava.

O fato de Albafica confiar em mim, me fizera sentir extremamente feliz. Não estava acostumado com todos aqueles sentimentos estrangeiros, que estavam se tornando tão frequentes com aqueles quatro.

Guiei Albafica em direção ao nosso objetivo, rumando para onde a batalha final aconteceria.

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