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[OPM] Where is everyone? - Kyan Damora

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Mensagem por Hades Ter Out 04, 2016 3:55 pm


 
Where is everyone?

Everyone will meet me, sooner or later.

 

 
Kyan acorda um pouco mais tarde do que de costume, o dia está quente e bonito lá fora, mas o semideus sente alguma coisa estranha, algo não está certo, tudo está muito silencioso. Ao levantar e olhar pela janela de seu chalé ele percebe que não tem ninguém andando pelo gramado do acampamento, isso era muito estranho.

O garoto sai de seu chalé a procura de alguém e não encontra ninguém, a Casa Grande está abandonada, os chalés vazios e um silencio mórbido reina nos campos de treinamentos que geralmente está abarrotado de campista, parece que todos se mudaram e esqueceram de avisá-lo.

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Mensagem por Kyan Damora Qua Out 12, 2016 8:10 pm


Son of Wind



Normalmente eu sou uma pessoa muito disposta e levanto pela manhã com todo o gás que possuo, mas não estava particularmente muito animado naquele dia, protelando, como nunca fizera, o meu despertar. Não sabia explicar, mas me sentia absolutamente sem a menor vontade de deixar os lençóis, como se eles me abraçassem com firmeza na minha cama.

Lutei com a inédita indisposição até que consegui, enfim, me libertar do calor confortável de meu leito. O chalé parecia estranhamente vazio e sem movimentação. Talvez fosse por eu ter acordado tarde, meus irmãos costumavam ser sempre bem dispostos, na verdade, eu também costumava. Não tinha ideia do que estava acontecendo naquele dia.

Fui no meu armário e pus meu look de batalha. Achava a ideia simplesmente incrível fazer de uma roupa pra balada uma armadura contemporânea. Danny era um ferreiro brilhante, isso eu tinha que admitir. Tinha que me lembrar de manter ele em meu círculo interno, faria grande diferença no futuro. Sorri com minha falta de lealdade e desinteresse pelos sentimentos humanos. Eu tinha que arrumar aquilo, desesperadamente.

Meus anéis sempre estavam comigo para o caso das coisas ficarem estranhas no meio da noite eu poder me defender. Como um semideus, nunca se sabe o que pode encarar, nem quando, para ser mais exato.

Estava pronto para sair, mas ao me mover perto do criado mudo, acabei por derrubar o retrato de um das minhas vitórias no chão, fazendo-me lembrar de uma de minhas experiências infantis mais desagradáveis.

Era uma fotografia de minha formatura no Royal Institute, o melhor aluno, o Rei, como chamavam aqueles que passaram pela experiência nojenta da política suja e nefasta do mundo globalizado.

Mais uma das solucoes inovadoras da minha mãe para manter seu problemático gênio filho longe de casa. Tudo para que eu não notasse a ausência dela. Era seu roteiro padrão: me cercava de luxos, mordomos e presentes, o que me mantivesse ocupado. No fim, nem mesmo no natal ela tirava uma folga e a desculpa era a mesma: Estou trabalhando porque te amo, meu filho, para garantir seu futuro.

No fundo eu sabia que tudo se resumia ao fato de eu lembrar demais o meu pai e ela queria afastar-se disso o quanto fosse possível


Ela não tinha tempo para cuidar de mim, então eu vivia indo de escola em escola, internato em internato, todos eles com uma grade curricular massante o suficiente para manter-me ocupado por semanas. A última fora a Royal Institute

Recordo-me de, certa vez, estar no Royal, uma escola com um nome pomposo, situado num campus que já fora um castelo britânico, restaurado para ser uma escola para ricos e mimados que não eram tão interessantes como os campistas que me cercavam em Long Island.

Era sexta feira, a aula de biologia. A professora, com aquelas lentes garrafais ridículas, que podiam facilmente ser substituídas por lentes de contato atraentes para melhorar um pouco a cara estupida de coruja velha que Brigite tinha, estava prestes a aplicar um dos simulados mensais que era um dos eventos de prioridade máxima do instituto. Um espetáculo à parte para ser assistido de camarote, devo dizer.

— Na frente de vocês, está um simulado de noventa questões sobre anatomia humana. — A voz anasalada dela simplesmente me dava nos nervos a cada sentença que ela enunciava. — Vocês têm, exatamente, quarenta e cinco minutos para terminá-la.

Claro que aquilo seria uma tarefa impossível para qualquer um, o que transmitia a vedadeira filosofia de ensino da Royal.

Não era uma escola que qualquer pessoa podia frequentar. Ali estavam apenas os filhos mais nojentos criados pela alta burguesia do mundo inteiro, incluindo a mim mesmo. O objetivo não era ensinar a grade curricular comum das escolas, mas a sujeira por trás dos jogos políticos e diplomáticos do mundo inteiro.

Só havia duas opções naquela prova: Ou você tinha subornado a professora e Brigite não era uma das subornáveis de Royal, ou você dava um jeito de conseguir o gabarito de outra forma: Roubando-o.

Da mesma forma que haviam aristocratas e comerciantes, haviam também aqueles que eram filhos de criminosos, como os filhos da máfia, ladrões de arte, traficantes e a lista era muito longa nesse caso. Não eram como os de berço nobre, que descendiam de uma vasta linhagem de pessoas ricas, mas filhos de pessoas que enriqueceram há pouco, por métodos ilícitos e seus filhos não tinham lá muito caráter, além de quererem fazer parte do todo o teatro asqueroso, que era o quadro geral dos demais membros cá comunidade escolar.

Então naturalmente era só pagar um desses, certo? Errado!

Havia ainda um outro quesito em Royal: No final do ano, apenas dez dos aluno, os que mais se destacaram, podiam avançar para o próximo ano, causando uma competição brutal entre os alunos, que além de tentarem conseguir as maiores pontuações, ainda tinham que garantir que os outros campistas não conseguissem avançar no placar.

Desse jeito, não precisava apenas roubar as provas, mas também ser o primeiro a roubar, além de dar um jeito inteligente de trocar a sequência de respostas. Não bastasse isso, tinha que ser inteligente o suficiente para manter seu corrupto parceiro fiel a você, já que são pessoas geralmente interesseiras.

Sinceramente, acredito que o local fora inspirado em Game of Thrones, mas nunca mencionei isso abertamente, para não formentar a ideia de assassinato a já famigerada e nojenta trama escolar.

Havia ainda outra maneira de fazer a prova: Estudar. Tão simples e sincera que poucos eam dispostos a encarar.

Bom...eu era um desses. Depois de descobrir ser um semideus, percebi que eu meio que roubava, já que possuía determinados poderes especiais, mas isso não mudava o fato de que eu passava horas sentado em uma cadeira estudando todos os tópicos que existiam na grade curricular, informando-me a fundo sobre tudo.

Aquela prova eu terminei em trinta minutos. Fui o melhor. Em todas elas. Fui coroado como príncipe. Podem imaginar que meus súditos não gostaram nada disso, não é?

Ser o melhor em Royal não me ajudara em nada. Todos odiavam o fato de eu estar no topo e isso não devia doer tanto para uma pessoa tão plástica como eu, mas solidão não é algo muito bom de se sentir, ainda mais quando se sente todos os olhos de seus amigos sobre si e todos eles te xingam internamente, enquanto abrem sorrisos falsos para você e erguem o seu nome no meio de ovacionadas palmas, que ecoam tão mentirosas, que mais parecem os chocalhos das víboras quando estão prontas a dar seu bofe fatal.

Um contraste incrível com minha vida como semideus.

Treinos. Minha vida como acampamento se resumia a treinar e treinar, me destacando como um espadachim excelente, mas nunca sendo eselecionado para as missões incríveis que aconteciam ao meu redor. Admito que algumas não acabavam muito bem como acontecera recente com os amantes filhos de Apolo, um deles não voltara do mundo inferior.

Mas eu não tinha absolutamente nenhuma tarefa mais importante do que, hora ou outra, ajudar nos campos de morango, escovar Trevor ou Âmbar nos estábulos e limpar o chalé que estava precisando de uma nova arrumação.

Qual era o meu defeito? Porque não podia fazer parte de algo maior? Eu não me destacava antes? Porque vivia a sombra das pessoas ao meu redor agora?

Eu tinha garra, tinha duas espadas, uma armadura estilosa e um dragão bem poderoso. Eu podia enfrentar um cíclope ou dois facilmentes, os ventos me amavam e eu podia facilmente degolar uma dracaenae....

O desânimo e o mal humor começaram a me cercar, me dando uma vontade de esquecer que aquele dia havia começado e voltar pra cama que estava tão confortável naquela manhã. Os cobertores estavam tão quentinhos. Não um quente abafado, como estava do lado de fora, mas um quente gostoso, daquele que não da a menor vontade de sair.

Eu não percebi que já estava começando a me cobrir, mas eu tinha um dragão. Majestoso, com escamas azuladas e douradas, olhos de íons é hora ou outra, podia-se ver faíscas que desprendiam-se de seu corpo, como se cúmulos nimbus estivessem energizando-se ao redor dele. E ele não ia me deixar ficar na cama.

Sabrac, pôs sua cabeça enorme pela minha janela e rugiu tão próximo ao meu ouvido que não tive outra opção, além de dar um salto da cama, assustado com a possibilidade de ser um monstro. Ok, alguma coisa definitivamente estava errada.

Olhei para o retrato e o estranhei, quase como se ele tivesse errado, mas o roncar auto de Sabrac me

Acariciei meu dragão e olhei para a porta. Não. Sair por ela era natural demais, normal demais e eu não me encaixava nessas descrições. Gostando ou não eu era o Rei e um rei tinha que ser diferente.

Olhei para Sabrac, que, de pronto, entendeu o recado, me dando espaço para sair pela janela, uma brisa levantando-me por sobre o parapeito e me fazendo flutuar para a paisagem verde do acampamento.

O sol estava brilhando intensamente e eu podia ver de um nível acima, carregado pela brisa que ia em direção ao pavilhão de refeição, vazio aquela hora. Sabrac planava ao meu lado, hora batendo suas asas e dando maiores impulsos, me ajudando a ir para onde eu queria e não apenas para onde o vento me levava.

O pavilhão de refeições estava vazio, sem qualquer alma viva transitando por ali. Estranhei.

Peguei uma das brisas e planei até as costas de Sabrac.

— Vamos garoto! — Dei o comando e ele zarpou pelo céu.

Sobrevoamos a casa grande, os chalés, a praia, o lago, as forjas, as enfermarias, na floresta e no anfiteatro. Ninguém, absolutamente ninguém. Ainda tinha um último lugar para me dirigir, mas sinceramente não estava com o menor ânimo de ir para arena.

Estava a ponto de dar meia volta, mas Sabrac me impulsionou a prosseguir com um ronco desafiador e eu suspirei pesadamente, ele provavelmente não me deixaria recuar, não diante aquele desafio. Eu só não fiz maiores esforços porque, a possibilidade dele estar lá era muito pequena, considerando o sumiço de todo o acampamento.

Já há semanas que venho evitando os campos de treinos: Yerik era o motivo.

Yerik era um dos treinadores barra pesada de kenjutsu. Diferente de Lecaile que era muito sério e pouco demonstrava expressões, o devoto de Heracles era mais exibido, tirando a camisa, dando risadas rudes e paquerando com os alunos. No geral, todos caiam em sua lábia, mas eu não.

O treino com ele começou com tranquilidade e com ele vestido. Ele me cantou, eu não correspondi, ele fez novamente e eu ignorei, me concentrando em meus golpes. No início os ataques dele eram fracos, procurando apenas me desequilibrar ou me desarmar, mas depois eles ganharam um teor mais perigoso e antes que eu percebesse eu estava no chão da arena, com ele me imobilizando e rasgando a minha roupa. Imaginei que fosse ser estuprado ali mesmo, mas Lecaile resolveu o caso com uma boa investidores e eu saí de lá apenas de cueca.

Desde então eu evitava arena, mas obviamente eu não estava com sorte naquele dia.

Yerick encontrava-se no centro da arena de treino, as duas espadas apoiadas em seus ombros de uma forma despojada, já sem a camisa, exibindo o corpo bem definido de todo Guerreiro.

Quis recuar, retornar ao meu chalé e desaparecer dentro das minhas cobertas e jamais retornar à superfície, mas eu perdi essa chance quando deixei que Sabrac me impulsionasse até aquele local.

— Pronto para a segunda rodada? — Ele disse, sorrindo com seus dentes perfeitos.

Não. Não estava, mas não tinha mais nenhuma outra opção.

Num instante meus anéis tornaram-se duas Falchion's prateadas. Girei-as com habilidade, adiquirindo minha posição de combate, mas minhas mãos tremiam. Eu geralmente não tinha medo de ninguém, mas Yerick era um louco, provavelmente me mataria se eu não desse o que ele queria, e sinceramente eu não queria ser sua pita naquele dia.

Ele avançou, cortando na vertical, como sempre fazia. Já acostumado aquele golpe, eu me movi para trás, com minha leveza natural, depois avancei com um corte horizontal , que ele defendeu facilmente.

Me afastei de imediato e ele avançou. Nossas armas se encontrando frequentemente, enquanto meus passos recuavam para trás. Em minha visão, Yerick era gigante, forte, imbatível e me massacraria.

Nossa dança mortal se seguia, marcada pelo ritmo do tilintar dos metais que se encontravam. Eu ouvia o rugido de Sabrac atrás de mim, me impelindo a continuar, mas a cada passo que Yerick dava na minha direção, eu recuava mais um pouco. O medo estampado em minha face.

Em dado ponto eu encostei no cercado da arena e percebi que não havia mais para onde fugir. Eu seria esmagado pelo filho de Apolo.

— Então? Já acabou?  — Ele perguntou, já ciente de seus vitória.

Um movimento rápido de suas lâminas jogou minhas armas para longe, enquanto eu me diminuía, encostado no cercado da arena, como uma criança assustada. Yerick tinha um sorriso demoníaco e eu tinha certeza que ele ia terminar de onde havia sido interrompido.

Um soco poderoso me jogou no chão e o garoto me cobriu, imobilizando meus braços com suas mãos fortes e meu corpo com sua pesada estrutura. O senti morder dolorosamente meu pescoço, enquanto eu me debatia e gritava por socorro inutilmente.

— Dessa vez ninguém vai me impedir de te foder, Damora. — Falou no pé do meu ouvido, antes de me lembre, enquanto as lágrimas já começavam a saltar dos meus olhos.

Me sentia imundo. Cada momento que ele me tocava. Era como se ele fosse uma contaminação que estivesse começando a se instalar em mim, apodrecendo não apenas meu corpo, mas também minha alma. Eu gritava e chorava, a humilhação de ser abusado daquela maneira se instalando em mim.

Em dado momento ele girou-se e eu percebi que ele tinha tirado a calça e já estava rijo, espalhando seu membro no meu rosto, fazendo-o passar por toda a extensão do meu rosto, tentando precipitá-lo pela minha boca que eu mantinha cerrada a todo custo. Então veio o primeiro soco. Eu mantive fechada. O segundo. Eu mantive fechada. O terceiro. Eu não consegui e ele invadiu minha boca, me dando tanto asco de mim mesmo que eu só consegui chorar.

— Se morder vou fazer com que seja muito pior. — Ele ameaçou e eu não tive coragem de resistir mais.

Minhas lágrimas me fazia ver quase nada, tudo parecendo um borrão, mas meus ouvidos ainda ouviam os rugidos do Sabrac. "Levante-se", foi o que quase consegui escutar.

Talvez eu tivesse ficado louco, ou estava emotivo demais, mas eu senti que devia dar um basta naquela maldita situação. Eu estava com raiva. Com muita raiva.

Os ventos começaram a se mover em espiral ao meu redor, meu colar brilhava em um tom esverdeado e eu fui erguido, junto com Yerick que rodopiava em minha órbita, subindo cada vez mais, enquanto toda a arena ia se desfazendo sob o meu poder. Eu era o filho dos ventos, o Rei, não podia simplesmente ser derrotado por um filhote do sol sem escrúpulos como aquele.

Yerick foi erguido aos céus, enquanto nuvens de tempestade se formavam ao redor do furacão ao meu comando. Ele fora alvejado por tantos raios enquanto subia, que quando caiu, não passava de um pedaço de carne calcinada, enquanto equanimidade chorava de raiva, frustração e asco.

Sabrac se aproximou e me envolveu com seu longo pesco, num abraço que só ele podia me dar, confortável e amável. Meu dragão. A única criatura com quem eu não tinha a capacidade de ser plástico.

— Eu te amo, Sabrac! — Disse entre um soluço e outro.

Tudo havia terminado bem, não havia mais o que me assombrava. Eu sentia que nunca mais sentiria medo de Yerick, não agora que eu vira do que eu mesmo era capaz de fazer. Eu podia ter derrotado-o se assim o quisesse. Eu era o Rei, afinal, o filho de Éolo.

Só havia um problema: Não estávamos mais na arena do acampamento.

Quando eu saí do abraço confortável de Sabrac, olhando ao redor, percebi que estávamos numa espécie de deserto. A areia era estranhamente dourada e parecia que coisas se moviam em seu âmago.

Montei em Sabrac e subimos aos céus, voando junto com as correntes de ar furiosas que modificavam as paisagens desérticas. O sol era quente e castigaste e na areia, figuras se formavam. Hora eram um homem soprando areia douradas, hora tratava-se de um homem com vestes tipicamente africanas, contando histórias para outros, em alguns momentos tornava-se um gato e em outros uma raposa, correndo pelas areias, que pareciam me por para dormir, me encantava, em seu espetáculo dourado, embrulhando-me, como se eu estivesse sendo coberto por eles, então comecei s piscar os olhos, Sabrac também.

Pousamos, nos aninhamos um no outro, e começamos a ressonar, embalado pelo ir e vir das areias douradas. Para sempre. Perdidos em nosso mundo secreto. Nunca mais acordando. Nunca mais sendo apenas um. Sendo, tocando, ouvindo, modificando-se, transformando-se e desconceituando-se para tornar-se um novo conceito, perdendo a solidez de uma individualidade e tornando-se muitos com muitos, com ninguém...Uma elipse de tempo que pode ser tanto um minuto, quanto mil anos. O tempo já não importava mais, pois eu já não estava mais preso a ele. Era apenas uma partícula, dentro daquela areia dourada do sono...AREIA DO SONO? DROGA!

Porque não percebi antes? Como eu podia ser tão burro? Era óbvio que aquilo era um sonho. Eu estava no mundo oníricos, fora por isso que todos haviam desaparecido. Não era todos que haviam desaparecido, era eu que estava dormindo. E precisava acordar. Não podia me tornar um com as areias do sono. Ainda tinha muitas aspirações a fazer, muitas coisas a desenvolver, muito para viver.

Eu me revolvi feito um louco, embaixo do monte dourado onde estávamos. O vento tinha feito as areias nos cobrirem e estávamos muito próximos de nos tornar apenas mais uma partícula daquele lugar. Ela me sufocava em tragava para baixo, os ventos fazendo de tudo para me cobrir embaixo de uma duna de areia dourada. Sabrac estava soterrado, assim como eu mesmo, areia sendo cuspida de minha boca, enquanto eu lutava para respirar, cavando para encontrar a liberdade.

Minha mão conseguiu sair da duna e eu senti o ar. Ele não me soterraria. Eu sou o Rei, o filho de Éolo. Sonho ou não, as correntes de ar não tem o direito de se rebelar contra mim. Eu sou o filho dos ventos e não serei negado.

O vento revolveu-se ao meu redor, soprando as areias num verdadeiro rodamoinho dourado, retirando de cima de mim e de Sabrac as areias do sono. Meu dragão estava comprovemos para acordar, havia muita areia em seus olhos. Eu procurei removê-las o mais rápido que pude, inclusive usando as correntes de ar que nos cercavam para agilizar o processo.

— Vamos amigão, acorda. — Eu disse, e ele piscou os olhos, movendo-se lentamente.

Demorou ainda mais um minuto, ou dois, ou sei lá quanto tempo, mas para mim pareceu uma eternidade, mas Sabrac estava desperto. Levantamos voo, comigo mantendo as areias longe de nosso corpo, com as correntes de ar desérticas.

Estávamos perdidos. Não sabíamos para onde ir. Havíamos percorrido todo aquele percurso em um tempo que me pareciam décadas e não havia absolutamente mais nada por onde quer que olhávamos e manter  a areia afastada de nós estava me desgastando demais.

Então, no horizonte, surgiu um pilar dourado no meio daquele mar de areia do sono. Pousamos nele para que Sabrac descansasse. Era grande o suficiente para caber dois campos de de futebol, mas pra onde quer que olhássemos, só havia o mar dourado de areia do sono.

Então algo surgiu no horizonte. No início não deu para ver o que era, já que a coloração dourada das criaturas não ajudava muito a discernir suas formas, mas ao seu aproximarem eu pude ver que tinham escamas douradas e asas draconianas. Eram dragonetes, Wiverns Dourados.

Doze, para ser mais exato. Se aproximaram do pilar em espiral, tapando nossas formas de fugir. Isso queria dizer que era nosso próximo desafio.

Eram menores que Sabrac, mas estavam em maior número, além disso, eu já havia gastado a carga do Colar dos Ventos. Deveria ter guardado para aquele momento.

Sabrac, bateu suas asas e atraiu o máximo deles que puderam, destruindo dois deles em seu vôo, mais três deles seguindo-o numa batalha seria que eu não tinha tempo para ver, já que sete deles ainda se aproximavam perigosamente.

Invoquei os dois Falchion's, no exato momento que um deles avançou, suas garras prontas para arrancar minha cabeça, mas eu era leve, e usando as correntes ao meu redor, eu pude facilmente bailar ao redor do dragão, rasgando a membrana de suas asas, fazendo-o cair feito um saco de batatas no platô.

Mais deles investiram, enquanto eu me movia como uma pluma na tempestade, bailando como uma folha ao vento, passando longe de suas perigosas garras, que nunca chegaram a me encostar, cortando quantas membranas eu podia, fazendo com que todos os setes estivessem caídos no chão, com, pelo menos, uma das asas, inteiramente rasgada.

Eu estava acima deles, as duas Falchion's com ilhar dourado respingando, as criaturas cientes de que tinham peido boa parte de sua mobilidade, já que as patas dianteiras delas eram suas asas. Invoquei os ventos tempestuosos, que começaram a relampejar por todo o local. Não demorou para que Sabrac descesse, como um meteoro em cima dos Wiverns, que eram eletrocutados por seus cuspis de eletricidade, enquanto suas garras dilaceravam a carne dos dragonetes. Raios desciam das nuvens, fritando os Wiverns enquanto os ventos me erguiam como um rei. Filho de Éolo, Rei dos ventos, Senhor dos Céus.

Quando desci, os ventos que siam de mim, varreram o pó dourado do local. Minhas espadas tornaram-se anéis novamente e eu andei com majestade até o meu dragão, que rugia selvagem, comemorando sua vitória. Havíamos ganhado. Éramos os Reis do pilar dourado. Nada podia nos deter, éramos invencíveis.

Então, um buraco negro se abriu no platô e nos tragou, como areia movediça. Os reis do pilar dourado gritaram por socorro, enquanto seus corpos eram cobertos por uma escuridão assustadora, que pareciam ter braços, nos levando para baixo, para as profundezas, para a escuridão de nossas almas.

Quando tive coragem de abrir meus olhos, estávamos em uma caverna grande, uma luz tênue entrava por algum lugar acima de nós, na abobada, iluminando o centro do lugar, onde alguém dormia numa cama feita de ébano.

Era estranho saber que em meio aquela caverna, um jardim com tantas cores de flores podiam existir. Borboletas voavam no local, como se estivessem em um balé eterno e acima de nós, pareciam que as estrelas nos contemplavam.

Sabrac fez menção de fugir, mas eu pus um dedo em seus lábios reptilianos e fiz sinal para que se mantivesse em silêncio. Após todos aqueles anos, finalmente um deles tinha me chamado para lhe visitar. Então eu estava em uma "missão", afinal. Um teste. Um teste para saber se era merecedor de servir a um deles.

Meu peito se animou com a possibilidade. Eu estava, enfim, sendo reconhecido pelos deuses é justo por um com tanto poder quanto aquele. Agora tudo fazia sentido.

Caminhei pelo jardim a passos leves, como uma fada saltando pelas flores, com cuidado para não amassá-las, até chegar no leito do deus.

Sentei com cuidado na cama e imediatamente quis nunca mais sair dali. O homem a minha frente parecia um anjo. Seus cabelos tinham cachos abertos e seus cabelos eram negros, caindo levemente por seu rosto redondo de pele pálida. Seu ressonar era harmônico, quase como se fosse uma música. Seu corpo estava envolvido por suas asas negras, como se o cobrissem, ocultando sua nudez, que de longe era a pessoa mais bonita que eu já havia visto.

— Quem sou eu? E quem é você? — Disse sem abrir os olhos. Provavelmente ainda sonhando comigo, ou com todo o resto do mundo.

A pergunta me pegou de surpresa. Não parecia ser uma simples apresentação. Pensei em tudo que vivi durante o sonho e sorri, percebendo a resposta,

— Você é filho de Hipnos, oneiroi responsável pelos sonhos humanos, metamorfo, que persistiu na mente da humanidade por milênios, assumindo divertes contos, aquele que assume diferentes formas para ligar o ser humano aos deuses, que guarda o sono de seu pai, que distribui profecias a deuses e homens, Morpheu. — Eu declarei, como se estivesse fazendo meu discurso na Royal. — Eu sou Kyan Damora, filho de Éolo, Senhor dos Ventos, que derrotou Yerick, sobreviveu ao deserto dourado, venceu os Wiverns e... seu servo. — Eu disse com confiança.

Morpheu despertou e eu senti que o mundo inteiro despertou com ele, como se tudo na minha vida e no curso da humanidade toda fizesse sentido. Ele sorriu preguiçosamente e selou meus lábios, o cheiro de leite com biscoitos inundando o local.

— Eu o aceito, Kyan Damora, meu servo. — E me abraçou, aninhando-me em seus braços e deita-me de costas para ele, abraçando meu corpo com suas asas.

Eu estava dormindo de conchinha com um deus nudo, mas não não me importei. Era o melhor sono que eu poderia ter.

Eu dormi nos braços de Morpheu.

Qualidades:

Defeitos:

Poderes Passivos:

Poderes Ativos:

Arsenal:



Silent Killer



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Mensagem por Hades Sex Out 14, 2016 5:46 am


AVALIAÇÃO

Foi muito bom, embora tenha algumas horas que ficava um pouco confuso, principalmente um paragrafo que parece ter sido pulado na metade, mas em geral foi muito bem.

♦270 XP

♦1 ponto em treinamento com espadas

♦Adimição nos Sonhadores de Morpheus

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[OPM] Where is everyone? - Kyan Damora Empty Re: [OPM] Where is everyone? - Kyan Damora

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