MNM - Salve, Salve - Penelope V. Kennedy

Os dias passavam e a rotina de Penelope seguia. Era como se o universo tivesse esquecido dela e a colocasse nessa bolha, onde o tempo parecia não passar. Contudo ela não se queixava pois, apesar de isso a irritar bastante, sabia que nada podia ser feito para que os dias mudassem.
Assim passava seu tempo aperfeiçoando suas capacidades mágicas e inventando poções na esperança de descobrir algo extremamente raro e, quem sabe, até o vender a um preço elevado. É, essa facilidade com negócios a bruxa herdara de seu pai.

Bem no meio da floresta, a garota colhia flores silvestres com o objetivo de as experimentar numa poção que, segundo ela, seria capaz de curar a mais forte das gripes. Para além de empresária, Penelope deveria querer ser médica. Foi nesse momento que a garota escutou passos se aproximando. Desconfiada, logo se ergueu e olhou em volta, pronta para atacar quem quer que fosse. Mas sua guarda baixou ao reconhecer o mensageiro da Casa Grande. Seu rosto preocupado a deixou se perguntando o que teria acontecido e porque ele estava ali falando com ela. Afinal, Penelope não era uma pessoa pra quem você pediria ajuda com facilidade.
Seus olhos se arregalaram ao escutar a novidade. Ela iria para São Francisco? Ela? Penelope Kennedy?

- Com tanta gente pra chamarem, foram me escolher, puta que pariu. - a loira resmungou enquanto fazia as malas, já ciente do que viria aí. Não que ela não gostasse de  uma boa briga, agressiva. Digamos que ela apenas havia se acomodado com esse estilo de vida mais parado.
Assim que terminou não pode deixar de olhar em volta do chalé, com um pequeno sorriso de contentamento nos lábios. O circo iria pegar fogo, conseguia prever isso.

Sem grandes demoras e, à hora marcada, a bruxa esperou no topo da colina, junto do local combinado. Nas suas costas transportava uma mochila com tudo o que precisaria e na mão segurava uma maçã, a mais verde que poderia existir. A mordiscou enquanto olhava seu informador.
- Então, o que eu preciso fazer? - inquiriu, com um sorriso matreiro no rosto.