NPCVP — NERVOSINHO — NINE ZAYTSEV

Nervosinho!

De todos os seus irmãos, o que menos Nine conseguia entender, era Tobias Spearlock. Não era do tipo violento ou que arrumava confusão com facilidade, no entanto, era mimado pelos mais velhos do chalé, já que fora entregue as crias de Ares ainda criança. O garoto parecia mais um bibelô, não sendo perimitido implicar com ele sem que levasse um bem dado soco do monitor de Ares, além da própria Julieta.

Claro que o enfurecido garoto de Ares pouco queria saber disso e, num dia em que estava particularmente irritado com nada em especial, resolveu empurrar o garoto, chingando-o simplesmente porque desejava, o que levou uma queda brusca no chão. Os outros quase avançaram em cima do inglês, mas Tobias impediu a todos.

— Acho que já está na hora de colocar um pouco de juizo na cabeça desse nervosinho. — Falou o bonito garoto, erguendo-se do chão com graça.

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Nervosinho!

Julieta riu com a confusão. Seria uma ótima oportunidade para Nine entender que, apesar de ser importante, violência não era tudo.

Nine estava, como sempre, fazendo um bocado de barulho para intimidar seu adversário que pareceu nem se abalar. Quantas vezes Tobias vira aqueles trogloditas usarem a mesma estratégia bruta durante anos, e Nine não era realmente grande coisa, ao menos, não se comparado com o experiente Tobias.

Quando o menino avançou, Tobias imaginou mesmo que ele esperasse um soco, as falanges de seus irmãos deviam estar todas quebradas de tanto socar o nada. Socos não eram tão fortes como chutes, mais precisos talvez, mas não mais fortes. Para o azar de Nine, os chutes de Tobias eram muito precisos.

Foi um lance rápido demais para que o "nervosinho" visse. Tobias deu um salto e  girou no ar com precisão, acertando o lado da cabeça do ruivo com força, claro que conseguira ao menos bloquear com o braço, mas isso não o impedira de ser derrubado no chão pela força do oponente.

— E então? Vai ficar no chão? — O garoto pulou para trás com alguma graça, afastando-se um pouco, depois ficou dando alguns saltinhos no mesmo lugar, a postura óbvia do taekwondô, parecia que não fazia qualquer barulho.

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Nervosinho!

Tobias viu no garoto a reação natural dos filhos de Ares ao serem golpeados, rir feito um louco e começar sua dança furiosa. Ele sabia que não era algo muito fácil de se lidar, mas não havia golpe que funcionasse com ele mais de uma vez.

A furiosa investida do garoto era o que ele esperava, na verdade, fazia parte de sua estratégia. Estava em uma cabana, logo não tinham tanto espaço para manobras, além disso, tinham uma plateia que adoravam uma boa briga, com campistas bem instáveis.

Quando Tobias sorriu triunfante, Julieta se afastou um pouco, conhecia bem como a cabeça do bailarino funcionava e aquilo estava prestes a se tornar uma confusão generalizada.

A primeira coisa que aconteceu foi Nine acertar uma beliche, depois que Tobias, com uma graça sem igual, esquivou-se de um poderoso direto do nervosinho de Ares. Tobias passara pelo campista pelo lado do soco, o que dera pouca chance para Nine armar um segundo golpe, aproveitando a chance para se afastar para o extremo da luta.

O ritmo frenético de Nine não estava deixando muitas aberturas para Tobias contra-atacar, usando sua esquiva ao máximo, esperando não ser acertado pelo outro. Uma multidão atrás dos garotos clamava por sangue.

— Soube que é melhor que isso. — Disse Tobias, podia-se notar que arfava levemente. Isso ou fingia estar arfando, com Tobias nunca dava para ter certeza.

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Nervosinho!

No instante em que as provocações começaram, os gritos de incentivo à briga cessaram, o silêncio foi tanto que podia-se ouvir a respiração de Tobias, tentando ser controlada por baixo da máscara de ferro que se tornara sua expressão.

Uma veia saltou na testa do bailarino e o maxilar começou a tremer, os olhos estava, injetados de sangue e o rosto se avermelhava de raiva. Naquele momento Julieta sentiu que deveria ter parado o combate, talvez, se tivesse feito isso, tivesse salvo uma vida.

Tobias não respondeu a provocação, apenas andou calmamente até um canto e segurou um esfregão nas mãos. Os passos, antes quase não fazendo barulho, agora estavam pesados no piso de madeira, diante do silêncio no chalé de Ares. A expressão dos outros campistas do deus da guerra estava, bem semelhantes, mas, por mais que todos estivessem magoados, em especial os mais velhos, sabiam que era algo que Tobias tinha que resolver por si só.

— Eu espero sinceramente que você não morra. — Ele falou, a voz soando controlada demais. — Porque vou ter a oportunidade de quebrar cada pedaço de osso do seu corpo. — Um sorriso frio apareceu no rosto do bailarino.

Tobias, não era um campista comum. Entrara no acampamento assim que fora desmamado e fora o próprio Ares quem entrara com ele pela porta e entregara ao chalé, desde então, já havia participado de inúmeras missões suicidas e possuía grande experiência quando o assunto era batalha. Seu trabalho de esquiva e seus chutes eram extraordinários, mas seus socos não eram bem treinados, não porque era fraco, mas porque geralmente suas mãos estavam sempre ocupadas com sua especialidade: Uma lança.

Aconteceu rápido demais. Não era algo que o garoto pudesse se esquivar ou contra-atacar, muito menos que pudesse copiar, não naquele momento pelo menos, já que mal conseguiu ver o golpe. Num segundo, Tobias estava numa posição que lembrava muito a largada do atletismo, segurando o esfregão como se fosse uma lança, e, no outro, Nine sentira uma dor aguda, dor essa que o fizera regurgitar a bile, enquanto voava janela a fora, rasgando suas costas e caindo no gramado à frente do chalé de Ares, o céu azul e o sol escaldante o recebendo-o no exterior como se rissem do garoto.

— Se levante! Você é um moleque de Ares, isso não é nada. — Ordenou o garoto, a expressão séria, como talvez nunca Nine tivesse visto. Um pedaço de cabo de vassoura havia sido atirado no garoto. — Acho bom se armar, pois não terei nenhuma misericórdia. Você provocou a pessoa errada. — Disse o outro, aguardando Nine se recuperar do brusco ataque.

Os campistas de Ares se reunirão do lado de fora do chalé, não gritavam, nem clamavam por briga, assistiam tudo como se estivessem de luto.

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Nervosinho!

Tobias-Bibelô. Fora esse apelido que fez o rapaz perder seu foco comum, que o fazia sempre trabalhar coma cabeça. Tobias sabia que era superprotegido por seus irmãos e não gosta muito dessa parte de ter sido criado pelo chalé, sempre foi um guerreiro capaz, mas quase nunca tinha desafios o suficiente por causa da maldita aura de superprotegido.

Nine o surpreendera com o desafio, no geral, faria um jogo com ele e o comprimentaria, mas as provocações do ruivo evoluíram aquilo para algo que fizera bater o coração do rapaz. No geral não mostrava sua técnica especial para muita gente, mas resolvera ensiná-la para seu desafiante.

Claro que ele teria que merecer aquilo, sentir a dor da técnica namoraria corpo e aprender seus efeitos, mas apesar de mortal, a técnica só podia ser usada uma vez naquela mesma potência, pois, cientes do golpe, os inimigos poderiam se esquivar dela.

Tobias tomou novamente a posição de atletismo, o esfregão apontando para o chão na diagonal. Mais uma vez ele avançou como uma flecha na direção. Nine conseguiu ver o vislumbre do garoto, vindo em sua direção, talvez pudesse esquivar e contra-atacar. Talvez.

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Nervosinho!

Nine tinha tudo para ter ganho aquele duelo, mas não esperava pela dor lancinante, que se apossou de sua cabeça e distraiu seu movimento. Tobias soube imediatamente que algo fizera seu irmão recuar sem sua investida, e imaginou, em seu âmago, que eram as coisas estranhas que sempre aconteciam ao seu redor. Teria parado o ataque, se tivesse tido oportunidade, mas não teve, a investida não podia ser parada depois que iniciada.

O esfregão batera exatamente na testa de Nine e o lançara longe, pondo fim ao combate de uma forma frustrante. Tobias jogou o esfregão no chão como se tivesse perdido, e, na verdade, se sentia o perdedor. A multidão gritava vivas de vitória, enquanto Julieta levava Nine direto para a enfermaria do acampamento.

Recompensas:

Status Final:

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