MVP - Castiel e Deragon - Casa de Espelhos

The Dream

Sinto que algo está errado, consigo identificar que estou em um sonho, mas não tenho controle sobre ele, olho para os lados para tentar identificar a possível fonte disto tudo, mas a única coisa que vejo é um garoto, presumi que fosse um semideus mesmo que nunca o tenha visto no acampamento (afinal só minha raça que é tão azarada a este ponto).

Observo o garoto por algum tempo, não acredito que ele seja a causa disso, ele não transpira a confiança de alguém com poder o suficiente para me prender em um sonho teria, ele na verdade parece confuso, mas está equipado, acho isso estranho, será que é um filho de Ares pra dormir preparado pra uma batalha dessa forma?

Observo melhor o que tem neste sonho, a paisagem era confusa, mas nada que não estivesse acostumado, afinal os sonhos é um lugar familiar para mim, eu tendo controle sobre eles ou não. Estou de pijama e sem nada além disso, nem minhas armas, isso será um problema, tento mentalizar as minhas armas, sinto algo tentando me impedir, consigo fazer aparecer minha flauta e meu relógio, isso iria servir, mas não acho que vá conseguir manipular mais nada além disso ou posso acabar ferrando com a minha mente.

O outro menino questiona que sou eu, com um sorriso sarcástico estampado apenas balanço a cabeça, notei que ele esta com a guarda alta, ele está muito assustado e querendo que eu me identifique primeiro? Apenas ignoro a pergunta avançando para a casa antes que ele terminasse a pergunta, não tinha tempo para isso, era claro que tínhamos que entrar na casa pra sair daqui.

Pela cara do moleque de indignação eu percebi que não me atacaria pelas costas, então relaxei até certo ponto. Ao chegar na porta a abro, e me encontro em uma sala de estar, algo nessa casa me deixa apreensivo.

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The Dream

Olho para as coisas que tem em volta dentro da casa, ela até seria apavorante se não estivesse em um sonho, por mais que eu esteja sem controle, sei que aqui ainda é a área de meu pai, dificilmente algo muito grave aconteceria comigo aqui, afinal é a minha especialidade também.

Olho para o garoto, vejo que ele parece bem assustado, não gostei da forma como tratei ele, mesmo que ele tenha sido um babaca, acho que eu não tenha sido muito diferente, acredito que aqui vá dar ruim, e alguém assustado não vai ser de muita ajuda, mas que raio de filho de Ares é esse.

– Calma, é um sonho - digo sorrindo, usaria o máximo de minha educação - eu sou um filho de Hipnos, vamos ficar bem - me aproximo dele com a mão estendida - Castiel, desculpe pela rudeza, estar sem controle de um sonho mexe comigo

Ainda não gosto muito dele, mas acredito que ele vá ser de mais ajuda se não me ver como uma ameaça.

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Olho com certa curiosidade a cena de meu parceiro sendo arrastado pra dentro do espelho, sinto certa pena dele, mas não há muito o que eu possa fazer por ele agora, tenho um plano para ajudá-lo, mas terá que esperar um pouco, tenho que me afastar o suficiente para ser efetivo.

Já tenho certa experiência em sonhos por isso sei que qualquer coisa pode acontecer, então deve-se evitar fazer coisas desnecessárias, então por enquanto tenho que deixar o menino que eu não sabia nem o nome, mas o encontrarei em breve. Abro a posta da cozinha.

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Aquela cena me chocou um pouco, mas por conhecer sonhos sei que nem tudo deve ser levado a sério, vejo o homem naquela posição, mas embora seja algo atraente e me dava vontade de fazer coisas que não merecem ser comentadas, eu resisto. Ver a minha face refletida nos talheres de prata me ajudou nisso, afinal eu consegui ver a insanidade em meu olhar e isso fez com que eu não fizesse algo que fosse me arrepender.

Pego meu relógio e o transformo em corrente, não sei exatamente o que ou quem é aquele cara preso, mas não acredito que este mereça estar em tal posição. Com minha arma eu tento livra-lo, a distância mesmo, não me atreveria a me aproximar dele, não sei se ele é uma ameaça e não pretendo descobrir da pior forma. Não pretendo machucá-lo, não quero alguém bravo comigo a toa, e por ele estar com correntes metálicas é mais fácil para as minha arma destruí-la.

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Acho interessante aquele homem ter se tornado uma serpente, não que me surpreendesse, afinal estamos em um sonho, tudo é possível, mas aquele ser não era uma criação do sonho e sim um ser vivo. Na verdade, agora que estou livre de seu encanto consigo me lembrar do nome dessa espécie, Incubus um dos seres que atacam quem dorme.

– Então vamos nos apresentar ao perigo, por que não? - digo pra serpente em meu pescoço - se quiser não precisar me acompanhar, mas eu não posso ficar preso aqui neste sonho.

Após isso me dirijo para a escada cantarolando Teenage Dream em versão acústica que é cantada pelo Glee, acho interessante cantar em um sonho uma musica sobre sonho ou quase isso.

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Eu tenho uma certeza bem grande de que eu havia encontrado o perigo a frente, essa mulher me dava calafrios, mas não posso me dar ao luxo de sentir medo, afinal com ou sem controle isso aqui ainda é um sonho, e eu não serei derrotado em minha própria área.

Deixo minha corrente preparada para o caso de precisar de alguma defesa repentina.

– Quem é você? E o que faz aqui?

Estou de certa forma tenso, caso ela me ataque usarei a minha corrente como defesa ou vou sair da frente do ataque caso eu consiga fazer isso. Fora isso eu aguardo uma resposta.

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A mulher da um grito que mexe totalmente comigo, assim que as ondas sonoras alcançam meus ouvidos, meus olhos se esbugalham e eu caio curvado ao chão, eu estou sem controle de meu corpo, busco todas as forças possíveis existentes em meu ser pra fazer com que eu me mexa mas ele não responde.

Estou tremendo, e começo a ver imagens em meu cérebro, quase tão vivas quanto um sonho, tento me lembrar de que é um sonho, mas está difícil. Sinto o Incubos tentando me acalmar mas é inutil, a parte racional sabe que isso não é real, mas a emocional está distante e totalmente insana por causa do medo.

Estou sentado, à minha volta parece que estamos em uma festa, todos sorriem e bebem até não aguentar mais, alguns dão olhares pra mim, e na maioria está estampada a pena deles, uma fúria se apodera de mim, tento me levantar pra dar arrebentar todos esses idiotas na porrada, mas não consigo.

Sinto alguém me empurrando, eu vou deslizando sem muita dificuldade pela sala enquanto atraio mais olhares. Eu só quero que parem de olhar pra mim com aquelas caras e principalmente com aquele olhar, tento virar o rosto ou lança-los um olhar de raiva, mas meu corpo não me obedece, lágrimas descem por meu rosto, eu estou sem controle de mim mesmo.

Seja lá o que me empurrava me para em frente a um espelho, e finalmente eu me vejo, minha visão fica embaçada graças às lágrimas, eu não posso acreditar que isto realmente está acontecendo comigo. Estou em uma cadeira de rodas, meu corpo está todo encolhido e não importa o quanto eu tente, nada me obedece além de meu olhos, que eu posso abrir e fechar e mudar a direção, mas de resto meu corpo é como se não fosse meu.

Atrás de mim tem mais um garoto, mais ou menos da minha idade, cabelos castanho e olhos de cores diferentes uns dos outros, ele me olha com pesar, mas se agacha ao meu lado e sussurra em meu ouvido:

– Mais uma crise, eu sinto muito, com o tempo você se acostuma, os médicos e curandeiros estão fazendo de tudo pra descobrir uma forma de fazer com que se mova novamente - ele me da um beijo na bochecha - tudo vai ficar bem, nós vamos passar por isso juntos.

Eu não queria saber que tudo vai ficar bem, eu quero que tudo fique bem agora, não posso ser um inválido, não posso perder o controle de meu corpo, quero me levantar e explodir de raiva, acertar a tudo e a todos, tirar esse olhar de pena deles no chute. Nem gritar eu consigo, apenas encarar meus próprios olhos tremendo em suas orbitas enquanto mais lágrimas descem, se fosse possível acho que eu morreria de desidratação por tanto chorar.

De repente isso parece a realidade, e tudo mais, minha vida de aventuras como semideus parece apenas um sonho, uma fuga da real realidade. Sinto como se nunca tivesse andado na vida, como se tudo que eu acreditava não fosse mais do que ilusão, essa é a realidade, este sou eu, alguém que não consegue controlar o próprio corpo.

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