Campos de Morango - ATUALIZADO 21/12

É da venda deles que vêm o dinheiro com que são pagas as despesas do Acampamento. Os campistas colhem os frutos quando maduros e os sátiros tocam melodias para que cresçam perfeitamente, com ajuda dos filhos de Dionísio e Deméter.

O campo de morango é um dos locais de trabalho dos meio sangues. Basta criar uma postagem colhendo os frutos para obter 75 Dracmas. Só pode postar duas vezes (2 vezes) por semana.

fight the good fight

campos de morango 01

Sabe qual a melhor coisa dessa época do ano? É temporada de morangos! Tudo bem que eu prefiro comê-los com fundue do que recolhe-los pra vender. — Acho que eu posso provar um, só pra garantir a qualidade.  – disse em legítima defesa pra qualquer deus que quisesse ouvir. Tudo pela proficiência do trabalho! Peguei o morango mais vermelho, maior e com cara de suculento da raiz mais próxima e, pro meu encanto, estava uma delícia de tão doce com o azedinho na língua depois de engolir. Perfeito.

Sem mais enrolações ao dever que me chamava, comecei a trabalhar. Com as mãos limpas e segurando uma grande cesta de palha, caminhei entre a plantação de morangos, colhendo os maduros para colocar na cesta e deixando os verdes para crescerem e se tornarem tão suculentos quanto. Tive a atenção de retirar a terra das frutas e deixar as raízes muito bem soladas. Era fim de tarde e à medida que eu trocava de uma fileira de mudas para outra, o sol ia se pondo cada vez mais, deixando o céu alaranjado, uma bela recompensa de Apolo pelas pernas doendo de tanto andar. A cesta estava cheia com os melhores frutos daquela parte da plantação e eu estava completamente satisfeita pelo dia produtivo.

Sem titubear para não perder a hora do jantar, carreguei a cesta pesada para junto dos demais morangos colhidos por outros campistas e me despedi do verde, vermelho e marrom da terra, do laranja, amarelo e roxo do sol, feliz pela vista de aquarela que o acampamento me agraciou.

Light my fire

Cedo, o céu borrifava entre suas nuvens pequenas frestas de luz solar, dia aberto e quente. Estou sentado numa cadeira amadeirada posta em frente ao chalé propositalmente por mim. -Tenho que trabalhar... - Bocejo em seguida. Neste dia como de minha tarefa para com o acampamento, aliás, todos tínhamos e temos inclusive, que colher morangos para ajudar tanto nas plantações quanto na cozinha do acampamento, com a quantidade de Conselheiros dá morangos para fazer de geleia até torta de morango, tudo de morango inclusive. "Bela, Arthur! você sempre capricha no look viado". Tiro um sarro interno comigo mesmo, levanto lentamente da cadeira de madeira me espreguiçando alçando os punhos ao céu e puxando o ar para dentro dos pulmões.

Andejo com as botinas almejando o solo de terra escura e fofa, com um cesto de tamanho grande suspenso em meu torso por uma corda na diagonal, finco minhas mãos por dentre a plantação de um corredor específico, apanhando morango por vez com cuidado para não o amassar ou danificar o mesmo. - A novaaa loira do tchan! é linda! - Começo uma dança louca enquanto colho cada morango cantando "É o Tchan" enquanto encho o cesto do torso, com morangos avermelhados e provavelmente bem adocicados. Cansado e suado com o trabalho árduo debaixo do Sol, em passos largos paro para olhar uma garota que arrastava a cesta de morangos e me olhava, apenas sorri de canto mostrando meu cesto repleto de bons morangos avermelhados e carnudos. - Ora cadê sua força... - digo e vejo a menina bocejar e cair de sono no chão. - Filha de Hipnos certeza. -Digo pondo minha cesta junto a dela e as marro pondo nas costas e a pego e jogo no ombro e a carrego até ponto de entrega onde ponho as duas cestas no chão e a acordo. - Faça sua entrega e vá dormir. - digo entregando minha cesta e saio direto pro chalé.

Colheita

— Obrigado por me levar, Felix — Acariciei o ombro do rapaz em que eu estava apoiado. — Foi muito gentil da sua parte deixar aquela loira do chalé de Hermes tagarelando sem parar para me ajudar.

— Samantha? — Ele riu, me fazendo rir também. — Ela adora falar. Eu só ia pegar o arco dela emprestado, mais tarde tem treino de artilharia. Se quiser assistir... Ai, desculpa. Eu sempre esqueço.

— Não tem problema, cara — respondi em tom brincalhão enquanto a bengala retrátil me ajudava a diferenciar o nivelamento do solo. Já estávamos no final da colina. O cheiro dos morangos frescos me fez imaginar o quão incrível deveria ser morar em um jardim, ou mesmo em uma plantação tão vistosa quanto aquela. — Só vamos recolher alguns morangos, certo? Depois eu posso te acompanhar até a arena. Posso não enxergar, mas meus ouvidos são muito bons. Se alguém errar ou trapacear, eu estarei ali para te apoiar.

O solo começou a ficar mais fofo. A bengala bateu na cerca da plantação e, mais uma vez, sorri. Era a melhor parte do dia, para mim. Desde meu resgate e a chegada ao acampamento, os campos frutíferos eram a única coisa que me deixavam perto de minha mãe – além da floresta. Já que, por maldade das Parcas, eu nunca pude realmente ver como ela era.

Felix, o simpático filho de Apolo, me ajudou a pegar a cesta e dividimos a tarefa da colheita, de modo que eu pegava os morangos e passava para ele, que arrumava tudo no entrelaçado de palha e corda que tinha um cheiro incrível de feno recém-cortado.

A textura dos gordos morangos arrancava suspiros de minha parte, além de me fazer lembrar das histéricas filhas de Afrodite que viviam me pedindo para que eu colhesse mais morangos para elas fazerem as tão milagrosas máscaras faciais, para secar as espinhas, eu supunha. De alguma forma, quando os frutos vinham de mim, eles pareciam mais “vivos”.

Demorei um pouco mais do que o normal na colheita, aproveitando cada segundo e pedaço de memória que aquela atividade me proporcionava. Com o cesto já cheio e um bocado pesado, seguimos para o canto onde ficavam os caixotes. Lá, Uma, a semideusa responsável por um dos carros que transitava entre o acampamento e o mundo mortal, agradeceu pela ajuda e pediu para que desejássemos a colheita em uma das caixas vazias.

— Quando vou poder te acompanhar em uma viagem, Uma? — Usei meu tom mais suplicante e meigo, sabendo que ela daria a mesma resposta.

— No dia que estiver mais velho e experiente — ela riu. — Eu nunca te vi na arena! Devia treinar mais no lugar de se limitar a essas tarefas bobas. Somos semideuses, Erik!

No fim das contas, ela estava certa. Por mais que eu adorasse colher morangos e escovar os cavalos dos estábulos, a corrente e a coroa de flores que herdei da Rainha do Submundo não se agitariam com um passe de mágica. Mas... por enquanto, decidi ficar um pouco mais nos campos, para aproveitar a deliciosa brisa que carregava o doce perfume das mercadorias.

━ ℵ