✮ Lago ✮

Forge Son

Nao estava preparado para o que se seguiu.

Sobre o castelo ser uma prisão, ele podia ter alguma razão, talvez eu pudesse fazer alguns espaços abertos, para as pessoas não se sentirem presas, mas tenhomcerteza que estava pensando como uma máquina, não como ser humano, mais um dos muitos defeitos de Hefestos, péssimo com seres humanos.

Eu não estava preparado para o contato físico e por pouco recuei, mas foi só ver aquele sorriso de tubarão, que mais parecia estar exibindo os dentes para o dentista, que me derreti.

— Você sorri como uma criança de três anos. — Eu deixei escapar, enquanto o admirava, perto demais para não ouvir as batidas estrondosas que palpitavam em meu peito, me dificultando a audição.

Eu sentia a respiração dele em meu rosto, o hálito quente e cheiroso, talvez a pasta de dentes. Os olhos dele pareciam explorar minha alma, o meu devia estar tão intenso, quase pedinte. Afinal de contas o que eu estava fazendo, ele possivelmente não ficaria com o esquisito das forjas, o que sempre estava cheio de fuligem ou graxa ou qualquer coisa desse tipo. Eu era um estranho e ele o cara que destruíra o robô que eu quebrara.

O vento começou a soprar mais frio, coisas que normalmente aconteciam com a mudança das horas. A quanto tempo estávamos ali? Há quanto tempo eu estava conversando com ele? tudo que eu sabia é que eu estava quente, muito quente. Minha temperatura corporal devia estar subindo sem controle, como sempre acontecia quando ficava nervoso. Bronzeado ou não, eu devia estar vermelho.

— Nine... — Eu suspirei o nome, sem saber muito o que fazer, minhas mãos se mexendo nervosamente.

LFG@

Danny Yad escreveu:

Forge Son

O toque me fazia formigar a pele, arrepiando por simplesmente estar próximo do garoto. Acho que podia entender o porque da guerra ser tão sedutora. Quando nossos sentimentos se tornam confusos se assemelha bastante a uma batalha e eu tinha que controlar o campo, mas Nine estava me cercando por todas as direções, ao menos eu me sentia assim.

Deixei todos os argumentos para que aquilo não acontecesse de lado, que eu sofresse com as possíveis consequências daquilo mais tarde. Eu não queria dizer nada para ele, eu queria beijá-lo e foi o que fiz.

Ignorei os avisos de minha consciência e deslizei minha mão calejada pelo rosto do guerreiro, para então seguir para a nunca, puxando de leve os cabelos finos do garoto, aproximando-o de mim, levemente, esperando que se ele não quisesse, simplesmente me desse um soco, para então eu sair correndo pela floresta e me enterrar em algum lugar dela de tanta vergonha.

Borboletas alçavam vôo em meu estômago e meu coração parecia estar descendo por uma montanha russa. Acho que só pensar na possibilidade de que ele me rejeitasse fazia com que eu quisesse pular de uma ponte. Odeio ser tão frágil.

LFG@

Forge Son

As borboletas alçaram vôo no meu estômago e acho que não quiseram mais parar, a sequência de beijos me fez voar por lugares que não imaginei ser possível. Afinal o que eu estava fazendo? Todos os meus relacionamentos sempre migravam para um único lugar, o abismo. Era a ínfima esperança de que dessa vez seria diferente que me fez me entregar.

Respondi aos beijos com carinho e avidez, necessidade eu diria, mas minhas calejadas mãos resolveram fazer mais é explorar os poderosos músculos do braço do garoto. Eram firmes e bem trabalhados, mas não avancei mais, embora realmente desejasse. Acho que uma lágrima rolou pela minha bochecha.

— Desculpa, não estou acostumado a tanta felicidade. — Deixei escapar e me senti ridículo na hora.

LFG@

Forge Son

Após limpar minhas lágrimas, eu ri quando ele bagunçou meu cabelo.

Eu devia estar parecendo ridículo, mas filhos de Hefesto são sempre sensíveis aos próprios sentimentos, culpe meu nascimento por isso, mas Nine me fazia sentir diferente em relação a mim mesmo. Estou acostumado a sempre viver emoções fortes e ser influenciado por elas, mas não gosto quando sou tão modificado por alguém, porque não podia ser um Android, sem a influência daquele monte de hormônios emocionais para me controlar?

Quando ele se afastou eu senti uma pontada de dor aguda, como se uma agulha tivesse sido enfiada em meu coração, a faca acertou meu pulmão quando ele disse que precisava ir, mas a dor aliviou quando ele me perguntou se eu estaria ali, embaixo da árvore, de novo, para vê-lo, tocá-lo, beijá-lo...Eu precisava parar de imaginar naquele ponto, ou não haveria mais volta. Aquilo estava se tornando perigoso para mim.

— Vou ver se tenho espaço na minha agenda. — Eu brinquei, mais para esconder a tristeza da partida e a felicidade pelo reencontro do que para realmente provocar.

Eu o fiquei admirando andar até onde estava suas roupas, o corpo bem trabalhado sendo gravado em meu cérebro com exata pedirão, ao menos isso eu podia me orgulhar. Como filho de Hefestos, posso dizer as dimensões exatas de qualquer objeto, dessa forma fica mais fácil para que eu sempre consiga fabricar o melhor tipo de arma para cada semideus.

Depois o observei retornar, seu corpo oculto por suas roupas, mais ainda muito vivo em minha lembrança. Ele encostou-se na árvore e disse algo que empalou minha cabeça. Ele desejava que o que aconteceu, que imagino não ter sido muita coisa para ele, ficasse em segredo.

— Uhum. — Foi o que consegui responder, balançando a cabeça vertiginosamente.

Me agarrei a esperança de que ele desejava me ver novamente no dia seguinte, o que queria dizer que talvez, só talvez — E eu estava me agarrando firmemente a essa dúvida —, ele estivesse falando sério sobre o motivo ser a rivalidade divina, mas meu coração, já tão acostumado com as intérpretes da vida, me dizia o contrário.

Acho que esqueci minhas duvidas quando ele me deu um último selinho, antes de virar na direção do acampamento sem olhar para traz. Minhas vistas o seguiram até ele se perder entre os arbustos, me deixando só, com uma tempestade de emoções se revolvendo em meu peito.

Resolvi que tinha que amaçar metal. O mais rápido possível. Voltei para a forja.

LFG@

Forge Son

Ótimo, havia chegado o tal amanhã, que aguardara tanto ontem.

A praga da luva estava de manhã na minha bancada e eu mal sabia o que fazer com ela. Não tinha como eu entregar para o garoto de Ares aquela coisa tão óbvia. Que tipo de ser, em sã consciência, faria algo como aquilo para uma pessoa que acabara de conhecer? Danny Yad, o capitão estou obviamente gostando de você.

Eu resolvi que aquela coisa não me acompanharia naquele encontro, aquilo podia estragar tudo, confirmar minha esquisitice para o garoto, que eu esperava que ele conhecesse depois de gostar de mim, se é que isso realmente era possível.

Deixei ela lá e fui tomar um banho, melhor, três banhos. Aquele cheiro de óleo, vidro e outros tipos de metais aparentemente tinham sido impregnados em minha pele e eu não conseguia tirá-los. Pensei em usar perfume, mas aquilo seria ainda pior.

Fiz uma cesta de piquenique normal, com uma torta de maça que eu fizera, já fatiada e pronta para consumo, sanduiches de peito de peru e algumas frutas cítricas. Além de um suco de abacaxi com hortelã e outro de tangerina.

Eu gostava de cozinhar tanto quanto de forjar e estava feliz por comer com Nine. O nervosismo e a ansiedade não me fizeram perceber que, por pura distração, eu colocara as luvas que fabricara no dia anterior dentro da sexta.

Eu fiquei preocupado com o que vestir, mas resolvi apostar num short curto e folgado e uma regata branca. Não tinha porque me emperiquitar todo para ir ao lago. Isso também era outra coisa que ficaria bem óbvia.

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Forge Son

Eu estava começando a me preocupar. Ele demorou a aparecer e estava começando a duvidar disso, quando finalmente ele entrou em meu raio de visão. Um sorriso largo e completamente involuntário preencheu meu rosto, meus olhos brilharam e tudo em mim se iluminou. Ele viera! Ele viera!

— Nine! — Eu respondi a seu aceno, como uma criança que acabara de ganhar um doce. Era embaraçoso, mas eu não podia controlar a animação de estar com ele novamente.

O filho de Ares me surpreendeu com um selinho fofo que fez meu peito acelerar vertiginosamente meus batimentos cardíacos. Eu corei um pouco, mas tentei não demonstrar tanto.

Eu o observei se sentar ao meu lado com seu jeito despreocupado e gravei em minha mente cada pequeno movimento do garoto, captando o cheiro de suor dele e gravando em minhas narinas como sendo o único que eu desejava sentir. Quando ele disse sobre a enfermaria, eu prestei atenção nos curativos e meu semblante de preocupação simplesmente tomou conta da minha expressão.

— Como foi que isso aconteceu? — Eu perguntei sério.

Toquei a testa do garoto, onde um curativo grave despontava bem no meio.

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Forge Son

Nine recuou ao meu toque, de uma maneira puramente instintiva, sua expressão magoada. Dissera que fora apenas uma briga de chalé, o que fazia sentido, os filhos de Ares são especialistas nisso, mas parecia haver algo mais substancial que isso. Como ele se fechou em sua concha emocional, decidi que deveria dar seu espaço, embora a nuvem de preocupação continuasse pairando sobre minha cabeça.

Ele deu seu sorriso infantil e me permiti me perder dentro dele. Acho que tudo que eu queria durante todo esse tempo de espera, era visualizar o sorriso de tubarão do garoto, aquele sorriso infantil, que parecia totalmente deslocado no corpo bruto do filho de Ares, mas que ao mesmo completava toda o espetáculo que era Nine.

Estava distraído demais em meus devaneios infantis para perceber que ele pegara as luvas na cesta de piquenique. No momento em que as vi, meus olhos se arregalaram, aquela merda não devia estar ali.

Corei violentamente com o comentário dele, ainda mais sabendo que eu não tinha a menor desculpa para dar a respeito do porque fizera uma luva para ele, ainda mais o conhecendo a pouquíssimo tempo. Eu fiquei tentado a continuar com aquela ideia de que a luva era minha, mas não conseguiria mentir para ele.

— Não é minha! — Eu me adiantei. — Ontem eu estava sem ter muito o que fazer na forja... — Eu comecei, meu rosto vermelho como um pimentão e as mãos procurando nervosamente parafusos nos meus bolsos, eu tinha que me lembrar de colocá-los da próxima vez que viesse ver Nine. — ...E lembrei que você gosta de dar socos...E tinha material que estava sobrando, e decidi fazer uma luva simples para você. — Tá, eu sabia que não era uma luva simples, mas eu não queria que ele me achasse esquisito.

Pus a luva nas mãos dele com delicadeza e mostrei o detalhe do 09, desenhado com ossos fraturados.

LFG@

Forge Son

Eu estava acostumado a tragédia e, talvez, ela ainda estivesse por vir, mas não naquele momento.

Ver o sorriso de Nine tão animado, como uma criança na manhã de Natal ao abrir os presentes era uma sensação indescritível. Eu nunca mais esqueceria aquela imagem, ficou gravada em minha mente como se feita a ferro. Aquela excitação dentro do meu peito crescia cada vez mais, o que podia ser perigoso, mas, sinceramente, àquela altura, eu não desejava mais nada. Só estar com ele.

Imaginei que não daria para ficar mais feliz, mas, quando Nine me abraçou, eu senti que toda minha trajetória até ali foi apenas para receber aquele abraço. Aquele abraço puro, cheio de carinho e afeto, gratidão e cumplicidade. O contato com o corpo do garoto fazia meu coração pular dentro da caixa torácica, eu podia sentir os batimentos quase doerem de tanta felicidade. O que mais gostava de sentir em Nine era seu cheiro. Não me peça para explicar a sensação, mas eu simplesmente me perdia naquele aroma, eu amava.

— Você não tem que me dar nada em troca, não fiz isso para que me desse algo. — Eu respondi. — Fiz para que se lembre de mim, como me lembro de você, para que saiba que estou aqui, por você e para você. — Acho que não devia ter dito aquilo, mas o abraço apertado de Nine estava tirando toda minha concentração.

LFG@

Danny Yad escreveu:

Forge Son

Eu teria ficado a eternidade toda emaranhado nos braços de anime e não reclamaria de mais nada, mas ele se afastou, eu o soltei contra minha vontade, aparentemente estava disposto a comer agora.

Permiti que ele devorasse e, no momento da primeira mordida, eu vi uma leve careta, que o filho de Ares tratou de esconder com seu sorriso de tubarão, elogiando a comida e dizendo que queria a receita. Foi doce, fofo, mas era uma mentira para me agradar. Ele não gostava de sanduíches de peru.

Ele parou durante um momento me admirando e eu fiquei contando as suas sardas, os olhos tão claros que me faziam lembrar o ouro ou o bronze. Nine era lindo, selvagem, bruto e totalmente apaixonante.

Quase tive um infarto quando ele se aproximou lentamente, seu rosto a centímetros do meu, sua respiração quente causando um efeito inebriante em minhas narinas. Me perguntar se pode me beijar? Eu o queria mais que tudo.

— Pode! — E fechei meus olhos, esperando as sensações que me fariam ir ao espaço.

LFG@

Forge Son

Meu corpo estava em chamas. Eu acho que não tinha sentido nada como o que Nine me proporcionará em tão pouco tempo em minha vida toda. Senti sua língua áspera e úmida passear pelo exterior de meus lábios sem penetrar o céu da minha boca, suas carícias quentes que me faziam queimar por baixo da pele, era como se um vulcão estivesse pronto para entrar em erupção, mas ele frustara todos os meus planos de tê-los em meus lábios com aquela provocação tola, rindo de meu desespero.

— Isso foi cruel. — Minha voz era quase chorosa.

Se era para provocar, então que os dois sofressem do mesmo problema. Eu não era exatamente muito bom naquilo, mas tentaria com afinco.

Aproveitei que ele se recostara no tronco da árvore e fiz minhas mãos invadirem sua camisa, eram grossas e calejadas, mas eram habilidosas. Deixei que elas contornassem a sintura do semideus, agarrando-a com força e desejo é a subi para os mamilos dele, acariciando-os e beliscando-os de leve, enquanto meu rosto descia, afagando o ombro largo do garoto, mordendo levemente. Eu estava com muita vontade de beijá-lo, na verdade, era mais uma necessidade do que uma vontade, e acho que ficou bem claro quando o mordi.

Beijei a mordida que dera, e subi meus lábios para o pescoço do garoto. Retirando minhas mãos de dentro de sua camisa e finalmente me sentando-,e no colo do garoto. Eu precisava beijá-lo, mas resisti, beijando primeiro seu pescoço, subindo até a orelha, onde mordisquei de leve o lóbulo do rapaz.

Subi meus beijos por seu rosto enquanto minhas mãos, acariciavam seus cabelos, os puxei de leve, enquanto meus lábios roçavam na barba do rapaz, acusando-me uma sensação gostosa. Por um segundo eu fiquei olhando para seus olhos cor de mel. Eu desejava me perder dentro deles e foi o que fiz, apenas encostando minha testa na dele, fitando seus olhos com intensidade e desejo. Eu o queria, estava estampado em meu rosto.

— Por favor... — Eu implorei, um sussurro saindo de meus lábios, quase colados ao do ruivo.

LFG@

Danny Yad escreveu:

Forge Son

Claro que minha resposta sobre todo o meu esforço de provocá-lo foi ser puxado para trás da árvore, quando ouvimos as falas de duas pessoas nada silenciosas.

Lá estava o que me fazia ficar temeroso naquela situação. Nine estava desesperado em nos esconder, assim como no primeiro dia. Não posso culpá-lo por querer esconder dos outros qualquer relação comigo, se é que podíamos chamar aqueles encontros de uma relação. Talvez ele só estivesse passando o tempo, até porque, qualquer coisa mais profunda de seus sentimentos ele tratava de trancar bem fundo dentro de suas camadas sentimentais.

Eu obedeci quando colocou seu dedo indicador em meus lábios, indicando silêncio. Não havia muito o que fazer mesmo.

Então ele sussurrou em meus ouvidos, o hálito quente causando tremores por todo meu corpo. Seus lábios finalmente selaram os meus em um beijo que me fez sentir o chão desaparecer e agraciado sumir. Eu estava flutuando na boca de Nine. Eu gemia baixo toda vez que sua farta mão agarrava meus glúteos, meu corpo queimando por baixo da pouca roupa.

Quando ele baixou seus beijos pelo meu pescoço eu mordi meumlabio inferior para abafar os gemidos que queriam se libertar, minhas mãos puxavam o cabelo do ruivo com força medida. Em cima dele, minha pélvis se moveu sozinha em sincronia com o garoto, sentindo-o revelado a mim. Agora eu sabia que ele me desejava. Estava eliminando minha insegurança.

Quando seus lábios ficaram disponíveis para mim novamente, eu o puxei pelo cabelo para novamente colar meus lábios ao dele, invadindo-o com necessidade, urgência, abafando os gemidos que queriam se libertar de minha garganta. Eu estava ficando louco.

LFG@