✮ Praia ✮

A praia é um ótimo lugar, sendo um dos lugares mais frequentado do acampamento meio-sangue. O local é bem tranquilo e a pessoa costuma perder a noção do tempo ali. Vários semideuses costumam visita-lá e jogar vólei de praia, além de que o foco principal é as filhas de Afrodite que costumam tomar banho de sol ali, assim como demais filhos dos outros deuses.  

Andrew deu uma pequena risada sem muito humor. - Será um prazer - ele disse, enquanto voltava a misturar as cartas com uma das mãos. - Eu prefiro usar katanas, mas também conheço o suficiente das outras armas pra te ajudar sempre que você precisar - ele abriu um pequeno sorriso. Mas este não tinha humor negro (ou falta de humor), era apenas um pequeno sorriso sincero, do tipo que Andrew se esquecera que ainda podia abrir.

- Acho que qualquer coisa vale quando se trata de nos amntermos vivos - ele deu uma pequena risada. Quando ela se volta à cicatriz dele, o sorriso de Andrew murcha um pouco. Por pouco que ele fugiu daquilo e às vezes ele ainda sentia dores fantasmas na cicatriz onde um pequeno naco de sua carne foi arrancado.

- É uma história longa - ele disse, sem muita emoção na voz - Eu ainda estava preso no Yomi, o inferno japonês que faz com que Érebo (Hades) pareça uma colônia de férias, e fazia pouco tempo que eu fui para lá. Um dos primeiros yokai que encontrei foi logo um Yurei... uma Yukionna. - ele se lembrou de algo - Ah sim... Você não sabe o que eles são. Yokai são os demônios japoneses, por assim dizer. Alguns são inofensivos e só gostam de pregar peças e brincar com as pessoas, já outros são infinitamente piores que qualquer coisa que o Acampamento já tenha enfrentado... Alguns yokai são chamados Yurei. Yurei significa fantasma e são as almas de pessoas que morreram de alguma forma que fez com que eles se transformassem em demônios. As Yukionna são os espíritos de mulheres que morreram em nevascas. Eu estava andando e encontrei uma mulher perdida numa nevasca. Ela estava presa na neve e não conseguia se mexer e implorava por ajuda. Eu fui até ela para libertá-la e quando toquei nela... - ele cerrou o punho direito levemente, pelo visto sem perceber - Ela não tinha pulso. Era uma Yukionna. Eu disse que não poderia ajudá-la e ela pensou que eu estava na verdade rindo dela ou que não queria ajudá-la. Ouvi algo sobre as Yukionna possuírem o poder de controlar a sua nevasca sob certas condições. Bem, ela começou a usar a tempestade para me atacar. Eu senti como se fosse morrer uma dezena de vezes ali... E quase morri de fato. Nessa hora que usei um feitiço básico dos filhos de Hécate e a fiz sentir como se ela estivesse queimando no inferno... Ironicamente, era onde estávamos. Aquilo a deixou com mais raiva e aí, bem... - ele tocou a cicatriz inconscientemente - Por sorte eu estava com a Kusanagi e consegui matá-la. Parti ela ao meio. Não tive escolha, era a única coisa que eu podia fazer. Agora eu espero que ela tenha, bem... seguido em frente - os olhos dele baixam para a areia, onde ele vê um pequeno siri indo em direção ao mar.

Aine permaneceu quieta, ouvindo sobre a história da cicatriz. Era difícil descrever o que ela sentia sobre tudo aquilo. Agora, ela já sabia o que era um yokai e não era algo bom, como ela já previra. Choque era a palavra que a descrevia naquele momento. Aine se sentia uma pessoa completamente alienada, vivendo em seu mundinho de festas, passeios, compras... Enquanto Andrew lutava pela vida dentro do inferno japonês. Enquanto vários semideuses lutavam contra monstros, tinham suas famílias assassinadas e chegavam ali desbravando a floresta sozinhos. – Eu sinto muito... – Era uma coisa boba de se dizer. Nada do que ela dissesse faria aquilo ser apagado. Ou aquela cicatriz sumir. – Essa Kusanagi é uma espada? – Aine apertou uma mão na outra, entrelaçando os dedos. – Como você conseguiu? – Aine considerou se deveria continuar aquele assunto ou não. Resolveu continuar por dois motivos: era muito curiosa e não tinha outro assunto que superasse aquele. O garoto acabou de falar sobre um ataque de um fantasma de uma mulher que não sabia que estava morta. O que ela podia falar? Sobre o tempo? Sobre a praia? Já tinha falado sobre a praia. Não tinha nada que faria aquele assunto ficar menos tenso. Aine mordiscou o lábio inferior, desviou os olhos para o mar, voltou a olhar o garoto e, por fim, falou a primeira coisa que veio na sua cabeça. – Você está sabendo da festa clandestina dos filhos de Afrodite? – “Péssima escolha, Aine, péssima escolha...”

- A Kusanagi... - ele começou mas a sua voz quebrou. Andrew, porém, já estava falando mais uma vez depois de uns dois segundos - A Kusanagi é uma espada. Uma nodachi katana, que são as katanas que passam de 1,20 m de comprimento total. Susanoo, o deus da tempestade, era muito impulsivo e tinha um senso de humor meio... doentio... Isso, junto com explosões periódicas de raiva, não era um bom sinal. Depois que Tsukuyomi, o deus da lua e ex-marido de Amaterasu, esquartejou Ukemochi, a deusa da comida, e espalhou seus pedaços pelo mundo, dando a agricultura aos homens, Amaterasu jurou nunca mais poder admití-lo em sua presença, por isso o sol e a lua nunca se encontram. Depois disso, Susanoo desafiou Amaterasu para um desafio. Nele, ela pegou a espada dele, a quebrou em três partes e dela nasceram três deusas. Susanoo pegou o colar dela, esmagou-o com seus dentes, cuspiu no chão e dele nasceram cinco deuses. Susanoo se proclamou o vencedor da disputa, mas todos reconheceram Amaterasu como a vencedora, haja visto que como os deuses nasceram do colar dela, eles eram filhos dela e por isso ela era mais forte. Ele não aceitou a decisão. Susanoo saiu proclamando aos céus e a terra que ele era mais forte e queimou os amados campos de arroz de Amaterasu e jogou um cavalo esfolado no tear dela, onde suas criadas estavam sempre tecendo um kimono novo. Uma das criadas perfurou a própria virilha e acabou morrendo. Amaterasu, desgostosa, se escondeu na caverna de Ame-no-Iwato, o que deixou o mundo sem luz, até que o deus da inteligencia, Omoikane, conseguiu fazer um plano para tirá-la de lá. Assim que ela saiu, todos os deuses selaram a caverna com uma rocha gigantesca, de modo que ela nunca mais pudesse se esconder ali. Izanagi, o deus pai, ficou furioso com Susanoo e tirou todos os seus poderes divinos e o jogou à Terra. Lá, Susanoo vagou até encontrar a casa de um casal ancião, que explicaram a ele que seis de suas sete filhas foram devoradas por um dragão de sete cabeças, chamado Yamata no Orochi. A única que restava era a mais nova e a mais bela. Susanoo disse que, se ele matasse o dragão, eles lhe dariam a filha em casamento. O casal aceitou e ele usou o último resquício de sua magia divina para transformá-la num pente, que prendeu em seus cabelos - Pausa - Nisso, ele construiu uma barragem gigantesca, com sete grandes entradas e chamou a serpente. Ela foi até lá, enfiando uma cabeça em cada entrada. Susanoo embebedou cada uma das cabeças com saquê e as decapitou uma a uma com a Totsuka no Tsurugi, uma espada que pertencera a Izanagi. Assim que a Yamata no Orochi foi morta, a Totsuka no Tsurugi se tornou pó, mas Susanoo forjou uma nova espada a partir da cauda da serpente: a Kusanagi. Os deuses concordaram que Susanoo mudara e seu feito heróico permitiu que ele voltasse aos céus. Lá, ele deu a Kusanagi a Amaterasu como presente de reconciliação e passou a usar a Murakumo como arma, uma espada que, só de ser sacada, traz um poder apocalíptico, fazendo os céus tremerem e o sol se esconder. Quanto a como consegui a Kusanagi, eu... - um vinco se formou na testa dele, como se Andrew se esforçasse para se lembrar de algo - Não sei. Acordei um dia e vi a espada em cima da minha cama. Desde então eu tenho usado ela, até que... - Andrew inspira fundo. Ele próprio não sabia o que acontecera naquele dia, mas talvez ela pudesse ajudá-lo a esclarecer como ele perdeu a sua espada...

Melhor dizendo, como ela foi roubada.

A primeira coisa que veio na cabeça de Aine enquanto ele falava era que a impressão de que ele não falava muito fora totalmente errada. A segunda coisa era que ele tinha muitas histórias para contar. Muitas mesmo. Olhando Andrew, ele parecia ter a sua idade, mas muitos mistérios e muitos acontecimentos, infelizmente, ruins permeavam a vida do garoto. Aine voltou a abraçar os joelhos enquanto ele contava a história da espada. Ela nunca tinha ouvido nada sobre a mitologia japonesa, mas, pelo pouco que ele estava falando, era muito mais complexa e assustadora do que a que era vivida naquele acampamento. Quando ele terminou de falar, ela permaneceu em silêncio, ainda processando todas aquelas informações. Por que aquela espada forjada por um deus e dada para uma deusa apareceu na cama dele? Quem era ele? – Você está usando uma espada que não sabe por que te deram? – Era uma pergunta boba já que ele já tinha dito que estava usando a espada, mas era tudo muito surreal para uma história só. – Você não faz ideia do porquê essa espada aparecer especialmente para você? Você é filho de Hécate... Uma espada japonesa não tem nada a ver... – Aine franziu o cenho, tentando achar a resposta de tudo aquilo. Ela não era a especialista daquele mundo doido, mal sabia sobre sua mãe... – Espera. Até que...? – Ela encarou o garoto ao refletir melhor sobre o fim da última frase. – Onde está a espada, Andrew? – O jeito que o garoto a olhou a fez entender o que tinha acontecido. Aine arregalou os olhos. – O que acontece se espada cai nas mãos, digamos, de alguém não muito bom?

- Eu não sei onde está a Kusanagi. Só me lembro de ter visto um dia... Um lobo... Ele tinha os pelos brancos e relâmpagos saíam dele... Na hora eu sabia quem ele era... Raiju... - ele cerrou os dentes com força - Então ele veio na minha direção e apaguei. Quando dei por mim, a Kusanagi havia desaparecido. - Andrew não percebeu que havia cerrado os punhos, mas quando olhou para as próprias mãos, viu os nós dos dedos brancos.

- Não sei porque a Kusanagi veio para mim. Mas deve ter um motivo. Se bem que a entidade que me entregou ela deve estar provavelmente chorando de desgosto... - ele terminou, ácido. - Não sei quem roubou a Kusanagi, mas eu... acho que tenho uma ideia.

A respiração dele se acelerou um pouco.

- Vai ser difícil recuperá-la, já que estamos falando de um deus. Mas eu... tenho um ás na manga. - Andrew olha no fundo dos olhos de Aine. - Eu... posso confiar em você para manter o segredo, Aine? Meu plano é arriscado demais e eu preciso jogar com as cartas coladas ao peito se eu quiser uma chance de vencer. - ele encerrou, encarando ela com gravidade.

Aine arqueou as sobrancelhas quando o garoto começou a falar sobre um lobo e depois sobre um deus que roubou a espada. Ela começou intimamente a considerar se ele batia bem da cabeça. Por ser nova ali e por não conhecer quase ninguém, além de não saber nada sobre aquele mundo, ela também começou a considerar se aquilo não era um pegadinha do tipo “vamos zoar com a novata”. Ela olhou discretamente ao redor para ver se avistava um grupinho escondido em algum lugar se matando de rir da crença dela, mas a praia continuava deserta. O céu já começava a escurecer e uma lua tímida ameaçava ser cheia naquela noite. Aine voltou a encarar o garoto e, por mais que ela não fosse lá muito experiente sobre coisas da vida, não achou que ele era doido ou que fazia parte de algum plano maléfico para ridicularizá-la. Com um suspiro, ela assentiu. – Pode sim. Qual é o plano? – Ela estava mesmo entrando naquela história? Sim. Aine estava cansada de ser a indefesa alienada ou passar todas as horas de seu dia treinando e treinando sem um propósito de vida. Então, sua existência se resumiria a ficar presa naquele acampamento esperando algo aparecer para a matar? Se preparando para um confronto que poderia acontecer ou não. Andando de um lado para o outro dentro do chalé ou confinada no centro de treinamento ou rodando pelos lugares previamente protegidos e autorizados. Não, ela queria um propósito e, considerando que ela era uma garota cheia de sorte, talvez a missão de Andrew fosse esse propósito. – Eu quero ajudar.

Ele inspirou com a resposta dela - Segure a minha mão - ele disse. Depois que ela o fez, Andrew falou - Agora feche os olhos - o japonês fechou os seus olhos depois de ver Aine fazer o mesmo. Então começou a recitar:

- I am... The bone of my sword... Steel is my body and fire is my blood... I have created numberless blades... Unaware of the beggining... Not aware of the end... Withstood pain to create weapons, wishing one to protect... Yet, I can't protect you without the blade... And I can't hug you with it... My dreams of childhood finished, I now wake up... My whole being still is... - ele inspirou fundo antes de dizer as últimas três palavras.

"Unlimited Blade Works."

- Pode abrir os olhos agora se quiser. - Andrew disse assim que terminou. Assim que Aine abrisse os seus olhos, ela veria que ambos estavam num deserto gigantesco. Era crepúsculo e o vento curiosamente não os afetava, por mais que ele soprasse com força, criando redemoinhos aqui e ali e levando consigo rajadas de pó. No céu, engrenagens monolíticas giravam preguiçosameente, mas isso nem era o mais bizarro sobre aquele mundo.

Eram as espadas.

Centenas, milhares, centenas de milhares, talvez milhões, talvez até mais do que isso... Todas elas fincadas no chão, como lápides. Também haviam escudos, lanças, foices, martelos, machados, alabardas... basicamente, tudo o que pudesse ser considerado como uma arma de combate existia ali. Curiosamente, isso não abarcava armas modernas, como rifles e afins.

- Esse é o meu trunfo. - ele disse, com um gesto que abarcava toda a dimensão do deserto sem fim- Meu mundo particular, cheio dos meus sonhos de armas lendárias do mundo. Aine, bem vinda ao...

"Unlimited Blade Works".

As palavras dele carregavam magia, o nome do lugar carregava magia, até o ar carregava magia. E Andrew... ele próprio emanava magia, que era captada e enviada de volta pelas armas.

"Esse é o meu trunfo contra Raiba, o deus do trovão, que roubou a minha espada."

Aine encarou a mão do garoto estendida em sua direção com uma certa desconfiança. Ela olhava da mão para o rosto dele, de volta para a mão, de volta para o rosto, meio em dúvida do que fazer. Por fim, ela expirou lentamente e colocou a mão de forma delicada sobre a dele, ainda duvidosa do que ele estava planejando. Assim que ele apertou sua mão, Aine sentiu um frio no estômago, o que a fez prender a respiração. – Fechar os olhos? Por quê? – Ela franziu o cenho vendo que aquilo estava cada vez mais estranho, mas o garoto a encarava irredutível. Aine olhou novamente ao redor para ver se tinha alguém espionando de longe, mas não parecia ter ninguém. Ela nem conhecia ele, então, por que ele iria querer a fazer algum mal? Foi se agarrando nessa lógica que ela não sabia bem se valia naquele acampamento que Aine fechou os olhos, sentindo instantaneamente todos os músculos de seu corpo se retraírem com a tensão. Assim que ela fez isso, Andrew começou a recitar umas palavras em inglês que ela até entendia, mas não conseguia distinguir o que significava tudo aquilo. Era um ritual? Ele era filho de Hécate, então, fazia sentido ser algum tipo de ritual para alguma magia... Aine sentiu uma sensação estranha percorrer seu corpo. Não era dor nem nada disso, só uma incômodo físico que foi totalmente justificado quando o garoto mandou que ela abrisse os olhos. Ela não estava mais na praia, pelo contrário, o que via a sua frente era um deserto de areias a perder de vista. Mas não só isso. Um deserto com milhares e milhares de espadas cravadas na areia junto com vários tipos de armas medievais. Na mesma hora, a garota ficou de pé e contemplou aquele mundo impossível de acontecer. Ela olhava para o deserto, para Andrew, para o deserto, para Andrew, totalmente afoita e sem palavras. "Unlimited Blade Works...” Aine deixou que ele falasse, mas não conseguia tirar os olhos da paisagem totalmente surreal. – Como você faz isso...? – Ela murmurou, ainda sem olhar para ele. Aquilo era algo que Aine nunca esperava presenciar na vida. Finalmente, ela voltou o rosto para Andrew. – E vai funcionar? Você tem certeza? – Aquilo era incrível, ela tinha que concordar, mas o tal ladrão era um deus e, quando se tratava de deuses, Aine aprendeu que podia-se esperar de tudo.

 - Isso é uma habilidade dos filhos de Hécate, chamada Mundo Particular. Cada um de nós pode trazer alguém a um mundo que nós criamos e onde podemos fazer aquilo que quisermos. Tudo aqui me favorece. E eu ainda tenho mais uma coisa pra te mostrar... - Nisso Andrew se concentrou por um segundo e uma espada surgiu em sua mão.

 Era uma katana japonesa com a tsuba (guarda) em forma de estrela. Como ele disse, era uma nodachi, a espada com mais de 1,20 m de comprimento. A bainha era negra, mas adornada com detalhes de dragões em estilo japonês aqui e ali, em alto-relevo. Ele tirou a espada levemente da bainha para que Aine pudesse ver a lâmina e ela era completamente negra, com o fio brilhando de modo incrível. Até mesmo quem odiasse espadas ou quem não entendesse delas era obrigado a reconhecer que era uma bela espada.

 - Essa é a Kusanagi. Essa é a espada que foi roubada de mim, Aine. - ele disse com gravidade, enquanto tornava a embainhar a lâmina e a devolvia ao local onde esta estava. - Ela é o meu grande trunfo contra Raiba assim que o enfrentar. Mas pra isso eu preciso ficar mais forte, cada vez mais forte até o ponto em que eu possa lutar com tudo contra um deus e poder derrotá-lo de vez - ele cerrou o punho com força.

 Andrew inspirou fundo. - Por mais que eu tenha a vantagem absoluta aqui, eu preciso ficar mais forte para poder garantir cada vez mais a minha vitória. - ele a olhou nos olhos mais uma vez.

- Eu sei que vai funcionar - ele disse depois de algum tempo  - Mas eu quero garantir a minha vitória. Eu quero derrotar Raijin. Eu quero reaver a Kusanagi. - a próxima fala dele terminou com uma nota sombria.

 "Eu quero vê-lo caído. Eu quero vê-lo derrotado. Eu quero vê-lo implorar por perdão por ter roubado a minha espada."

Foi bem mais rápido do que eu imaginei, em um momento eu estava caindo ao lado do garoto que estava no centro do elemental, no seguinte tudo desapareceu e era apenas calmaria. Estava no mesmo ponto que estava quando desapareci, alias estava nas mesmas condições também, ou seja caindo. O impacto com o chão foi um pouco dolorido, mas nada demais, eu sobreviveria.

Minha cabeça começa a doer um pouco conforme vou recebendo alguns dos acontecimentos que ocorreram aqui em minha ausência, não vejo nada que me interessa exatamente, a unica coisa que percebo é que fiquei mais tempo em fora da linha temporal do que pretendia.

Alguns campistas olham pra mim desconfiados, tentando deduzir se eu era uma ameaça ou não, vejo alguns desembainhando suas espadas e se aproximando cautelosamente. O cansaço de minha luta com o gigante vemtodo de uma vez e vejo a areia se aproximando mais rápido do que eu gostaria. Depois disso tudo fica preto...